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quarta-feira, 23 de março de 2011

Retiro na cidade - 15


A palavra de Deus

Abraçam-se a justiça e a Paz

Salmo 84, vers 11

A meditação

É a história no nosso vizinho

É, sim, a história do nosso vizinho Jules, em Lille. A sua prima foi agredida por um jovem epiléptico com o juízo um pouco limitado, Jean-Luc. Então, ele veio bater à nossa porta mal saiu da prisão, Jules reconhece-o e quer “fazer-lhe a folha”. Proíbe-o de aparecer nas proximidades. Jules toca órgão na missa. Uns tempos depois, ele vem ao nosso encontro, num serão, e diz-nos: «O Jean-Luc pode voltar, não lhe farei nenhum mal». E acrescenta; «Gostaria que ele viesse à missa e ficasse ao meu lado». É o que é feito, tomando, de qualquer forma, algumas precauções. No momento do abraço da paz, Jules vira-se para Jean-Luc, abraça-o e dá-lhe a paz de Cristo. A Justiça e a Paz abraçam-se!

Mas, para que a justiça dos homens não seja geradora de transtornos, de ressentimentos, é preciso que as suas balanças estejam calibradas, exactas, que a justiça soe justa. Da mesma forma, uma paz que seja fruto de demissão, de laxismo, uma paz conseguida à custa do mais fraco, como poderia ela não ser cheia de conflitos no futuro? Uma paz justa? Uma justiça pacífica? Cristo sabe bem que estamos sempre a balançar entre o rigor excessivo e o laxismo, entre o belicismo e a covardia. Mas ele poupa-nos de um ajuste de contas sem fim ensinando-nos a perdoar como ele nos perdoa: «perdoai-nos as nossas dívidas como perdoamos aos nossos devedores» (perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido), é o Pai Nosso: isto muda tudo.

http://www.retraitedanslaville.org/spip.php?sommaire&date=2011-03-23

6 comentários:

Maria-Portugal disse...

Esta meditação resultou menos clara para mim...
Não entendi muito bem o balanceamento entre a justiça e a misericórdia...entre a ofensa e o perdão

Ana Loura disse...

Maria, acha-la mal traduzida? Será?

vp disse...

Ana a tua tradução está clara e fiel ao texto original… quanto à compreensão menos clara, a que a nossa Irmã Maria aborda… creio que terá a ver com alguma “distracção” do coração que a escreveu, que na sua mão matizou, (talvez mesmo sem se dar conta …!)… um pouco essa dificuldade que reside na fragilidade de todos nós como humanos em perdoar totalmente…parece-me que ali ficou expressa inconscientemente (ou não foi!)…. alguma réstia de um certo (condicionalismo circunstancial…!).

vp disse...

alguma réstia de um certo (condicionalismo circunstancial…!)...

...o que matiza o Perdão e lhe dá a forma que queremos... o que pode deformar o genuíno perdão que passa a ser desenhado pelas opiniões muito pessoais, e isso pode acontecer mesmo até com os santos...!

vp disse...

…não é por acaso que Jesus expressa nos 70X7 a necessidade do perdão perfeito... ora quem de nós é perfeito para depois também oferecer o perdão perfeito...!

...o perdão pede sempre a VERDADE e a JUSTIÇA.. ora, o nosso perdão leva a "nossa verdade e a nossa justiça muito humana" e não a VERDADE e a JUSTIÇA do Pai...

…bom.. só divagações... realmente o texto do retiro não está de todo muito claro... cheira um pouco a circunstancialidades do momento e do contexto para depois dar então espaço ao perdão...!

Maria-Portugal disse...

Ana, falei da meditação....a tradução está fiel....obrigada por ela como pelas outras