Jesus Cristo fechado no templo
Conheci pessoalmente D. Jose Policarpo, hoje cardeal-patriarca de Lisboa, ha muitos anos atras.
Gostei de falar com ele enquanto, viciados no tabaco, dávamos uma passas, no recatado aconchego de uma sacristia, esperando que as cerimonias oficiais que lá nos tinham levado começassem.
Inteligente e afável, D. Policarpo tinha uma outra característica que motivara a minha empatia: era irmão de um amigo sindicalista.
É também por isso que fiquei triste e perplexo quando o ouvi dizer, em Fátima, ser contra as manifestações populares, as quais, assim como as revoluções, nada resolvem. A frase, como escreveu Batista Bastos, "é inquietante, proferida por quem é: um homem culto, conhecedor da História e dos movimentos sociais que explicam e justificam as modificações políticas".
Mais grave, ainda, quando acrescenta: "Até que ponto é que nós construímos uma saúde democrática, com a rua a dizer como se deve governar?” e "O que está a acontecer é uma corrosão da harmonia democrática, [sic] da nossa Constituição e do nosso sistema constitucional.”
Aplicada esta visão dois milénios atras Jesus Cristo teria ficado encerrado nos estaleiros navais de José, ou, quando muito, limitar-se-ia a falar no Templo.
Hoje, D. Jose seria um desempregado da fé.
Demétrio Alves
Conheci pessoalmente D. Jose Policarpo, hoje cardeal-patriarca de Lisboa, ha muitos anos atras.
Gostei de falar com ele enquanto, viciados no tabaco, dávamos uma passas, no recatado aconchego de uma sacristia, esperando que as cerimonias oficiais que lá nos tinham levado começassem.
Inteligente e afável, D. Policarpo tinha uma outra característica que motivara a minha empatia: era irmão de um amigo sindicalista.
É também por isso que fiquei triste e perplexo quando o ouvi dizer, em Fátima, ser contra as manifestações populares, as quais, assim como as revoluções, nada resolvem. A frase, como escreveu Batista Bastos, "é inquietante, proferida por quem é: um homem culto, conhecedor da História e dos movimentos sociais que explicam e justificam as modificações políticas".
Mais grave, ainda, quando acrescenta: "Até que ponto é que nós construímos uma saúde democrática, com a rua a dizer como se deve governar?” e "O que está a acontecer é uma corrosão da harmonia democrática, [sic] da nossa Constituição e do nosso sistema constitucional.”
Aplicada esta visão dois milénios atras Jesus Cristo teria ficado encerrado nos estaleiros navais de José, ou, quando muito, limitar-se-ia a falar no Templo.
Hoje, D. Jose seria um desempregado da fé.
Demétrio Alves
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