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sexta-feira, 23 de maio de 2008

O Céu de cada um de nós...!



Quando nos encontrarmos na eternidade com aqueles que já partiram, então estaremos finalmente todos juntos com o Pai para sempre…!

Tantas vezes já escutei e continuo ainda a escutar estas palavras de tantos leigos e consagrados! E cada vez fico mais perplexo, quando oiço ao mesmo tempo afirmarem, alguns com ímpeto e tanta certeza, que o Pai encontra-se e está no meio de nós! Claro que não duvido que o Pai está no meio de nós, embora por vezes sinta essa noite obscura da fé, escondendo-O tanto do olhar que preciso para viver a humanidade da minha fé! Bom, mas não é este caminho que agora aqui me traz…!

Afinal, estão ou não os que partiram junto ao Pai! E se estão, porque não estão eles também no meio de nós, se o Pai está connosco! E se Ele está connosco, então os que partiram estão ao seu lado, junto a nós também, vivendo já essa comunhão dos santos! Interessante, o nome de “santos” era o nome, que davam aos cristãos no início da Igreja em Actos!

Agora não percebo bem, é, estando Ele no meio de nós, seguido por tantos que já partiram do nosso espaço físico, andemos todos, sobretudo os que dizemos e cremos ter essa Fé, a caminhar para lugares onde abundam as lágrimas, e ali nos sentemos a chorar à sombra dos ciprestes, tantas vezes tolhidos pela desesperança!

Somos ou não gente de Esperança! Somos ou não filhos de Deus! Acreditamos ou não na Ressurreição! Acreditamos ou não que os que nos precederam na caminhada da Fé estão já junto ao Pai que sempre esteve e está connosco, rodeados por eles!

Nunca senti mais do que agora, como está tão perto o Céu de cada um de nós! E isso só está dependente de um gesto, de uma palavra, de um sopro que passa, esse Ruah que nos fala na brisa de um momento, único, tentando despertar-nos do sono que nos anestesia os gestos e nos tolhe a liberdade!

E depois dizem que as igrejas estão a ficar vazias! Que já não vale a pena, e agarram-se cada vez mais às coisas deste lugar, embora saibam que tudo o que lhes sustenta a vida nele, é efémero! Mas continuamos, teimosamente pelos mesmos caminhos, esperando apenas que chegue também o nosso dia, para nos encontrarmos todos junto ao Pai…

E Ele aqui tão perto…! E Ele aqui tão perto junto aos que amámos…!

Nesta Igreja que amo e sirvo na minha pobreza de homem de barro, sinto-me a lutar numa luta desigual, tentando manter-me lúcido no meio de uma multidão que age e caminha, como aquela criança que trazia uma lanterna acesa na mão, e no meio das ruas da sua cidade, gritava:

“Onde está a luz? …Preciso de luz…! Procuro a luz…!

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” João 17,3.

3 comentários:

Maria-Portugal disse...

basta dar uma volta pela blogosfera
para se constatar o apagar da luz...a volta do obscurantismo medieval...o retorno às ameaças,às visões apocalipticas,aos castigos terríveis...está de volta o Deus irado e violento do AT,vingador e excluente...
Mas no entanto,parafraseando Galileu-(puore,se muove)continuo a acreditar que mesmo oculta,mesmo sofrendo as dores de parto,mesmo empurrada para as bordas a Primavera do Espírito Santo continua a pulsar,a abrir caminho, para rebentar em justiça ,amor e paz!!

Maria-Portugal disse...

Rectifico as palavras de Galileu...
E puore, si muove---é q está correcto.
Isto de querer escrever italiano,é o q dá rsrs

ladoalado disse...

Curioso...detesto cemitérios, muito raramente lá entro (porque me parece inútil) e tanta vez "falo" com os que me precederam na "partida", porque acredito na comunhão dos santos. No entanto, de novo se ouve falar no purgatório, assunto que eu julgava já ultrapassado, e sufragamos as almas dos que partiram (coitados dos que não têm quem interceda...) para que cheguem mais depressa ao Pai;e são publicados, por pessoas com responsabilidade na Igreja, livros sobre possessões demoníacas e exorcismos, com descrição pormenorizada de casos (onde se invoca Jesus, que deu o exemplo da expulsão de espíritos malignos)...
De duas uma: ou eu não percebo nada da religião que julgo praticar, porque o que leio e ouço me parece estranho...ou alguém não fala verdade, o que me parece não menos estranho...
Na perplexidade que às vezes se me levanta, deito-me na barca, ao lado do Senhor que dorme, tranquilo mas atento... e tento esquecer estas questões "laterais" para me concentrar no fulcro da fé: O Pai ama-nos incondicionalmente, o Filho é a Verdade, a Vida e o Caminho para o Pai e o Santo Espírito de Deus continuará a soprar as nossas velas, para que naveguemos o melhor que pudermos, dentro da nossa fraqueza e ignorância...
O resto? Coisas de homens...medos humanos...
Que mais poderá ser?