*** Sanctus...Sanctus...Sanctus *** E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite. Irm.Silencio

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Novas da nossa Igreja




Os efeitos do Sínodo extraordinário sobre a família ainda não foram nem digeridos, e o papa e os seus colaboradores já pensam nas próximas medidas. O último ato da cúpula que ocorreu no Vaticano foi a beatificação de Paulo VI, celebrada no domingo de manhã na Praça de São Pedro, diante de 70 mil pessoas. "Neste dia da beatificação de Paulo VI – afirmou Bergoglio – voltam na minha mente as suas palavras com as quais ele instituía o Sínodo dos bispos: 'Perscrutando atentamente os sinais dos tempos, tentamos adaptar os meios e os métodos às maiores necessidades dos nossos dias e às mudadas condições da sociedade".

A reportagem é de Francesco Peloso, publicada no sítio Secolo XIX, 20-10-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Desse modo, Francisco quis estabelecer uma conexão ainda mais clara entre o seu pontificado e a virada conciliar levada a cabo por Paulo VI, também com a instituição do Sínodo.
Mas, se esse é o horizonte abrangente dentro do qual se move o pontífice, não poucas são as feridas do dia seguinte. Bergoglio agora viu emergir com clareza quais são os seus adversários e os seus apoiadores. Durante o Sínodo, a oposição mais forte à mudança não veio dos presidentes das Conferências Episcopais, mas dos cardeais e dos chefes de dicastérios da Cúria.
E não só: o próprio pontífice nomeara nada menos do que 26 membros do Sínodo, dividindo-os em partes iguais, 13 em seu favor e 13 contra (dos cerca de 191 participantes); uma escolha realista que, porém, pesou sobre o resultado final da cúpula, entregando ao papa uma maioria forte, mas não uma vitória esmagadora. Também por isso, agora, o processo de reforma da Cúria, que sofreu uma desaceleração, será retomado com força.

Duas reuniões do Conselho dos nove cardeais que auxiliam o papa no governo da Igreja serão realizadas no início de dezembro e, depois, novamente, no início de fevereiro. Será o momento em que será definido o primeiro esboço da nova Cúria Romana, no qual serão definidas as fusões e os novos dicastérios.
No caminho do declínio estão alguns Pontifícios Conselhos como o dos Leigos e o da Educação Católica, ambos liderados por homens da velha guarda wojtyliana (os cardeais Rylko e Grocholoewski). Os "ministérios" sociais, como o dos Migrantes, de Justiça e Paz e o Cor Unm (o órgão que promove as obras de caridade do papa) também serão suprimidos e reagrupados.
O dicastério para a Nova Evangelização, de Dom Rino Fisichella, também está entre as peças da Cúria cuja sobrevivência é incerta. O mesmo vale para o Pontifício Conselho para a Saúde, liderado por outro polonês, Dom Zimowski.

Em breve, a Apsa – o novo banco central do Vaticano – também terá uma configuração mais certa. Nesse momento, irá embora o cardeal Domenico Calcagno, que formalmente ainda o dirige. Ainda em fevereiro, ocorrerá quase certamente um novo consistório para a nomeação de diversos cardeais, e também nesse caso não faltarão novidades.
Depois, há a questão dos purpurados que, no Sínodo, se opuseram ao papa com extrema dureza. Dentre eles, destaca-se o ultratradicionalista norte-americano Raymond Leo Burke, que deve deixar em breve – ele mesmo declarou – o papel de prefeito do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica para um cargo honorífico sem influência.

A posição do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Gerhard Müller, que atacou com força qualquer hipótese de mudança sobre os divorciados em segunda união e sobre a acolhida aos homossexuais, também se encontra em uma situação instável hoje.
Além disso, se os cardeais italianos ligados à Conferência Episcopal Italiana, como Bagnasco e Scola (Milão), criticaram as propostas reformadoras, está se reforçando uma linha cardinalícia italiana próxima do papa.
Nesse âmbito, destacam-se o secretário de Estado, Parolin, o secretário do Sínodo, Baldisseri, e depois o chefe do dicastério para a Cultura, Ravasi. Com eles, dois pesos pesados da Igreja europeia, o arcebispo de Viena, Schönborn, e o chefe dos bispos alemães, Marx.
Além disso, outros detalhes começam a surgir sobre o Sínodo. Enquanto isso, passou quase despercebida que a proposição 41, votada com maioria qualificada de dois terços (125 contra 183), mantém a abertura em relação à necessidade de captar os elementos positivos nos casamentos civis e nas coabitações.

Enquanto sobre os pontos mais discutidos – divorciados e homossexuais – faltaram os votos tanto dos conservadores quanto dos progressistas, por razões opostas. No entanto, a nova versão do ponto 55, relativo aos gays, reiterava em boa parte o ensinamento tradicional da Igreja (Ratzinger era citado). Aqui, os conservadores cometeram um grave erro tático, inclinando-se contra o princípio de não discriminação e reforçando, assim, o pedido de uma mudança mais profunda.

In UHU

Sem comentários: