*** Sanctus...Sanctus...Sanctus *** E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite. Irm.Silencio

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Como posso fugir à banalidade e rotina do meu quotidiano?

Como posso fugir à banalidade e rotina do meu quotidiano?
Na minha opinião, existem duas formas de fugir à banalidade e à rotina do quotidiano.
A primeira consiste em conservar uma certa distância, também em termos espaciais, da área do quotidiano. Posso recolher-me frequentemente no silêncio. Posso retirar-me para o lugar onde costumo meditar e fazê-lo em silêncio. Posso entrar numa igreja e simplesmente ficar lá em silêncio, ou assistir a uma missa.
Procurar um lugar diferente é, num sentido mais amplo, uma nova qualidade. Para mim, esses são momentos sagrados. Sagrado é aquilo que é extraído do mundo. O tempo sagrado pertence a Deus e pertence-me a mim.
Nessa altura, as pretensões do quotidiano não têm qualquer poder sobre mim. Nessa altura, não sou controlado pelas reuniões, nem pelas pessoas, nem mesmo pelas suas expectativas. Nessas altura, posso respirar bem fundo e ser eu próprio.
Sinto necessidade destes locais e momentos sagrados, para não sucumbir sob o peso dos meus afazeres, e recorrentemente poder entrar em contacto com o meu verdadeiro ser, que se distancia do quotidiano. É aí que o meu verdadeiro ser se encontra, que Deus vem ter comigo. É sempre Ele que me liberta da rotina do quotidiano e da pressão das pessoas que me cercam.
A segunda forma consiste, para mim, em aceitar a banalidade e a rotina do meu quotidiano, e em descobrir qualquer coisa especial precisamente naquilo que parece normal.
O meu quotidiano tem, frequentemente, a mesma evolução. Levanto-me sempre à mesma hora. Faço o mesmo trabalho - que nem sempre é interessante.
No entanto, ao aceitar o carácter mediano do meu quotidiano, este transforma-se, para mim, num importante campo de treino espiritual, uma vez que é lá que exercito a lealdade; a lealdade para comigo, para com as pessoas e para com Deus. Entrego-me a este trabalho, às pessoas com quem me encontro hoje.
Nesse caso, o quotidiano não é uma coisa vazia, mas sim o local onde pratico e concretizo o meu amor. Se assim for, terei também encontros no meu quotidiano que me farão feliz.
E, de repente, o vazio transforma-se em plenitude, o banal em sagrado e a rotina desabrocha para as surpresas divinas, nas quais o carácter disponível do amor divino penetra na vivência dos meus dias.

Anselm Grün
In O livro das respostas de Anselm Grün, ed. Paulinas


6 comentários:

Anónimo disse...

Autor que muito aprecio pela sua escrita simplista,mas tocante nos pontos essenciais.Um livro que todos deveríamos ler da sua lavra "O que vem depois da morte?"....um livro que nos prepara para enfrentar o horizonte celeste,dando tranqulidade. As melhoras para o teu pai...bjs. (A.R.)

(nota) existem alguns livros deste autor aqui na internet em PDF).Em vez se comprar ,pode-se ler desta forma.

vp disse...

O último parágrafo é excelente, grato Ana pela pérola...

Ontem o encontro com o Irmão correu bem, a luz vai-se fazendo mais ampla e abrangente.... envia saudações e abraços fortes no Pai e continua unido em oração....

Um dia cheio de momentos de Deus para todos...

Anónimo disse...

Também gosto muito de Grun.
Um abraço em Cristo para ambos,
Lila

Ana Loura disse...

Tenho orado para que seja feita a Sua vontade...
Beijos
Ana

Maria-Portugal disse...

Péço desculpa por alguma discordância,mas há quem diga q o bom do monge converteu o Evangelho num daqueles livros ,muito em voga de auto-ajuda.

vp disse...

...hum.. desvios!!! sim, alguns. mas é melhor não me meter agora por esses atalhos... parece que ali ficou plasmado mais a mão do homem do que a mão do Mestre... diminuiu-se demasiado ali a Graça para dar espaço à força e á auto-subsitencia até mesmo aquela interior do homem... mas são muito subtis tais pistas...

...unidos na oração e na alegria que sabe que a Esperança de Deus não engana...