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domingo, 21 de julho de 2013

A juventude está mais incrédula

A juventude está mais incrédula
Falando sobre a difícil relação entre os jovens e a fé, o professor italiano de Teologia, Armando Matteo, diz que «hoje nos encontramos perante aquela que pode ser definida como a "primeira geração incrédula" do Ocidente: uma geração que não se põe contra Deus nem contra a Igreja, mas uma geração que está a aprender a viver sem Deus e sem a Igreja».
Não passo de aprendiz da pastoral paroquial, numa comunidade urbana envelhecida e onde, como digo com humor, as crianças são uma espécie em vias de extinção e a maioria dos jovens abandonou a prática religiosa.
Sinto que as crianças e os jovens que participaram mais ou menos anos na catequese ficaram com reconhecida ignorância de cultura bíblica; escassa formação cristã pós-crismal, nos poucos que lá chegaram; e manifesta deserção da assembleia eucarística dominical.
O que ali se passa - desculpem, não estou a fazer juízos de valor - não é certamente diferente da generalidade das paróquias da diocese do Porto, salvo as exceções.
Já conto tantos anos que ainda sou da geração dos que receberam a fé em casa e não na Igreja. Bebi-a com o leite materno. Eram os tempos de uma válida mistagogia do mistério cristão, a cargo das avós e das mães, e, ainda, com repercussão na escola. Ajudava-nos a ter antenas direcionadas para Deus.
Hoje, não é assim e multiplicam-se os incrédulos, apesar do esforço dos planos catequéticos que se desenvolvem nas paróquias ao longo de dez anos para os mais perseverantes.
O diagnóstico dos males não é necessariamente um bom remédio, mas notamos hoje que, a uma Igreja especializada no mundo da infância, não corresponde uma juventude cristãmente comprometida. Bem pelo contrário. Vejam como os jovens manifestam falta notória de evangelização primária no seio da família; as comunidades paroquiais já não contam com a inexistente ou escassa iniciação cristã das famílias e da escola; a imagem da Igreja está, tantas vezes, longe do fogo de amor que Jesus trouxe à terra; e a cultura europeia atual, também no nosso país, dá sinais de grande indiferença em relação ao cristianismo.
Não me julguem pessimista ou distraído da próxima Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, com a participação prevista de dois milhões de jovens, cerca de 600 portugueses, acompanhados de nove bispos. Quem ficar poderá encontrar, nos próximos dias 27 e 28, entre outras, as alternativas seguintes: “Rio in Douro”, no Porto; o “Mergulha in Rio”, em Viseu; “Do Cristo Rei ao Cristo Redentor”, em Setúbal; e o “Made in Rio”, na Madeira.
A 28ª Jornada Mundial da Juventude tem como lema evangélico “Ide e fazei discípulos de todos os povos”. O Papa Francisco participará nos atos conclusivos, naquela que será a sua primeira viagem ao estrangeiro desde o início do seu pontificado.

Cón. Rui Osório
In Voz Portucalense

1 comentário:

vp disse...

Um diagnóstico infelizmente acertado, já sentia isso naqueles tempos e falei-assinalei muito dessa problemática quando formávamos os catequistas em cada inicio do ano pastoral... e naquele lugar até abundavam jovens dos escuteiros e crianças de uma instituição paroquial o que significava que não faltava farinha para fazer Pão Novo e videiras para produzir Vinho Novo... o problema é mais profundo...

Santa semana e obrigado Ana por esta partilha cheia de sinais-alertas para todos nós...