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domingo, 8 de julho de 2012

... das relações humanas...!


Amar, implica abrir-se ao outro, sem possuir nem esperar nada em troca, apenas amar… E se há “retorno”, ele sempre vem a partir do despojamento feito na liberdade plena, deixando espaço para que o outro possa encontrar espaço em nós…

Partilhar porque se ama, ou simplesmente porque apenas desejas ser parte do caminho comum de todos os que também caminham, não tem que levar em si condição alguma, como única saída para a reciprocidade, que tantas vezes pensamos estar obrigatoriamente implícita como condição, (mesmo que o neguemos, ela, a “condição”, está ali, presente, subtilmente, nas relações humanas…!) E não falo aqui somente das espirituais, mas no seu todo como caminho humano…

Se dermos esse passo, “dar em troca”, colocando logo à partida a “condição”, sejam quais forem as tonalidades, isso já é pré-condicionar o gesto, dando-lhe um contexto que ele não deseja, porque nele, o dar, o ofertar, é gratuidade…

Quando dou esperando o retorno, faço apenas uma troca. E o amor dá-se, jamais espera…

Se no simples gesto de partilhar, “desejas” reciprocidade, porque achas que nela cresces e a relação cresce, pode e acredito que seja legitimo esse desejo, mas nunca esqueças a liberdade do outro, nunca “obrigues” o outro lado a esse caminho, porque sabes, ele, esse desejo, leva nele, (tantas vezes infelizmente), apenas saciedades do ego…! Se o outro deseja dar sem esperar algo de ti, acolhe e recebe (se quiseres).... nesse respeito sagrado encontrarás a melhor oferta mútua, e aí descobrirás que o conceito “troca” apenas separa, jamais une…!

Jesus, no diálogo com a Samaritana, ofertou essa água límpida que só Ele sabe dar... Ofertou, não impôs, e se pediu água também, foi apenas para abrir, proporcionar o diálogo num coração tão magoado e por isso desconfiado dos homens, não encerrou esse diálogo na "condição" que gera muros intransponíveis ao encontro... No fim, pede algo sim!

Até ali, era a metáfora da água, agora é um pedido concreto: que ela mude de caminho.... sabia que aquela mulher estava aprisionada na sua liberdade por tanta água inquinada que lhe haviam dado em "troca de favores", roubando-lhe assim o melhor que havia nela... Jamais havia sido amada, porque a condição da troca era o caminho para os seus encontros... ela, a sedenta de amor... de ser simplesmente amada e amar... ela só queria isso, ser amada...!

Pedir ajuda ou partilhar é uma coisa… subjugar a relação para que essa ajuda ou partilha retorne, faz com que o caminho da partilha fique minado pelo “desejo” que tantas vezes é fruto dos medos das “perdas” que povoam e amedrontam aqueles que aprisionam o amor em “caixas de desejos” puramente humanos…

Abrir-se ao outro, à partilha mútua, aceitar ou ofertar, recusar ou receber, são caminhos, não são condições… jamais serão a “CONDIÇÃO” para que o Amor cresça na relação humana, o Amor é GRATUIDADE total… só nesse caminho ele crescerá e dará frutos…

3 comentários:

Maria J. disse...

ummm....depois fica-se zangado se o outro aplica a mesma tese...pq se perde a "retribuição dos justos" que implica a gratuidade total...difícil mesmo...pq quando se ama não é possivel só receber...podemos é dizer que há muitas formas de retribuição...ou será q Deus o máximo expoente da gratuidade, não espera nada de nós???

(aproveito uns momentos em q ela vê ópera...gosta muito :o) )

vp disse...

rrrrisos... ópera., a menina fia fino...

...ainda bem.. que disfrutem esses dias juntos na graça do Pai com alegria....

Acabo de enviar-vos um email sobre o encontro desta tarde....

Espero em Deus e nas vossas orações também...

Abraços no Pai....

Maria J. disse...

Mas sim ,relida às 3 da manhã a partilha (deitei-me às 21 h :o) )ficou bem mais clara...a constante interacção do Amor não poderá nunca ficar sujeita ao "toma lá-dá cá".Sim, compreendi bem agora.

Que Deus abençoe tudo o que aí vier para si.Amen!