Retiro na cidade

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Santificado seja o Vosso nome

«Jesus dizia: Eu manifestei o teu nome aos homens. E por eles santifico a mim mesmo, para que eles sejam eles também santificados.»

Evangelho segundo São João, cap 17, vers 6 e 19

A meditação

Nós pedimo-lo todos os dias. É mesmo o primeiro pedido que exprimimos quando rezamos o «Pai Nosso»: que o teu Nome seja santificado!

Quando o povo de Israel estava deportado no Exílio longe da sua terra, longe de Jerusalém e do Templo onde reinava a santidade de Deus, o profeta Ezequiel tinha-lhes anunciado: Deus irá mudar o vosso coração. Vós tendes o coração duro, um coração de pedra. Pois bem, diz Deus, eu irei arrancar do vosso peito esse coração de pedra e irei substitui-lo por um verdadeiro coração, um coração de carne, capaz de ser terno, justo e belo. Então sereis santificados, então será em vós que reinará a minha santidade.

Isso é a verdadeira Páscoa, uma verdadeira passagem da morte à vida, uma verdadeira ressurreição. A ressurreição, será em primeiro lugar a do nosso coração que estava morto e que voltará a viver, amando. Pois como diz João, «aquele que ama já passou da morte à vida». Então, diz Deus, vós sereis capazes se «santificar o meu Nome» onde viverdes, quer seja em terra de exílio, ou na vossa terra ancestral. A terra de Israel, aquela a que chamamos «Terra Santa», não é santa por ela mesma. Ela é-o apenas pelos que a habitam, se eles mesmo forem participantes da santidade de Deus.

Somos nós que tornamos santos os lugares que habitamos.

A santidade de Deus, é a sua forma de ser: santificar o seu Nome, é modelar as minhas formas de ser e viver em relação aos seus. E se eu compreendi que a santidade de Deus é para nós a fonte de vida, «santificar o nome de Deus» é deixar a santidade de Deus irrigar a nossa terra humana. Dito de outra forma, quando rezamos «santificado seja o vosso nome», nós pedimos: faz-nos amar como tu amas, sermos um pouco mais como tu és. Para que algo de ti seja manifesto, visível, aqui e agora, através de nós. Para que um pouco da tua santidade seja tangível, através de nós.

Através? Não verdadeiramente. Em todo o caso não como um simples vidro que deixa passar o sol. Não, trata-se muito mais: sou eu, na minha humanidade concreta, com a minha cabeça, a minha liberdade, que torno tangível sobre a nossa terra a santidade de Deus. Com o meu corpo: as minhas mãos, que acariciam, cuidam ou alimentam; os meus braços que abraçam e consolam; os meus olhos que sorriem àqueles com quem me cruzo; os meus ouvidos que escutam e compreendem…

Então, a santidade de Deus é o sopro que me anima. Então o Nome de Deus fica, é santificado.

Traduzido de: retreitedanslaville.org