O homem ! Os seus dias são como a erva ; como a flor dos campos, floresce : mas quando sopra o vento, já não existe, e mais ninguém reconhece o seu lugar.
Salmo 102, versículos 15-16
A meditação
Mesmo ao lado do convento existe um grande cemitério.Gosto bastante de lá passear . Está sempre muito tranquilo. Às vezes pode ler-se nos túmulos a história de uma vida : com que idade partiu ? Tinha marido ? Tinham filhos ? Por vezes dá mesmo para ver a situação social do falecido. O epitáfio, também, nos fala. A campa está cuidada ? Visitam-na? Às vezes,como um rapazinho, começo a divertir-me com o contar da minha idade e quanto ainda me falta viver.
O sol brilha no cemitério, e começo a sentir progressivamente que o meu espírito e a minha maneira de pensar se tornam mais equilibrados. Estarei inquieto com o que interessa verdadeiramente ? Será que vivo plenamente este momento ? Será que chegarei a amar aquele que me é próximo ? Para mais, não sabeis nem o dia nem a hora.
Hoje os cemitérios estão cada vez mais longe de nós, à margem das nossas cidades, à margem dos nossos corações. Quando eu era rapaz, mais pessoas passeavam nos cemitérios. Hoje, estão desertos. É pena, não ?
2 comentários:
Fiz muita vez esse caminho… nos tempos dos claustros cuidando das flores de cada campa dos irmãos…… na última Missão ajudando outros… ainda espera-me ainda esses “encontros”… possa o Senhor amparar-me os passos nessas caminhadas…
Maria... estes versiculos deste mesmo Salmo escolhi-os para relembrar e me despedir da minha mãe, quando tive de participar e/ou agradecer aos amigos a sua partida. São-me muito queridos, porque sabemos que mais do que erva somos, mas tal como a erva somos apenas criaturas, pensadas e amadas - e nem mesmo a erva do campo foi criada por acaso, creio...
Obrigada por sempre manteres viva esta chama...
Bjnh,
Lila
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