Retiro na cidade - 28

A Palavra de Deus «A serpente disse à mulher:” Deus sabe que, no dia em que vós a comerdes, os vossos olhos se abrirão e vós sereis como deuses”.» A meditação O ladrão de luz Há uma escolha a ser feita, uma dúvida a ultrapassar. Seremos nós mais clarividentes, teremos o olhar mais penetrante se escolhermos ver todas as coisas à luz de Deus ou se, pelo contrário e o como sugere a serpente, escolhermos ver e conhecer sem Ele e contra Ele? Uma voz faz-se ouvir. Poderosamente. Ela diz-nos que o nosso mundo seria muito melhor sem Deus do que com ele, que os homens não encontrarão a paz senão quando erradicarem para sempre a questão de Deus, que a única ciência verdadeira é uma ciência desembaraçada da incómoda presença de Deus, e apenas precisamos, temos, de ser razoáveis, parar de nos fazermos de iluminados. «Abre os olhos, caramba! .» Mas a querer «abrir os olhos» sobre a sugestão da serpente, Adão e Eva descobriram, com efeito, apenas uma única coisa, bem ridícula e bem desconcertante: eles descobriram que estavam nus. (Livro do Genesis, Cap 3, vers 7). Não tenho a certeza de que tenham ganho com a mudança, sobretudo quando medimos o preço que pagaram: a ruptura do elo confiante e luminoso, que, precisamente, sustinha a eminente dignidade do homem e da mulher. A serpente enganou-os.Como um antídoto ao veneno da serpente, o Evangelho ensina-nos que o que merece verdadeiramente ser visto não o pode ser senão na confiança. O que merece verdadeiramente ser conhecido, não o pode ser senão na fé.

Traduzido de: http://www.retraitedanslaville.org/spip.php?sommaire&date=2011-04-05