*** Sanctus...Sanctus...Sanctus *** E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite. Irm.Silencio

quinta-feira, 31 de março de 2011

O Perdão que cura as nossas cegueiras...!

(do Evangelho do 4ºDom. da Quaresma...)
“….Mestre, quem é que pecou para ele nascer cego? Ele ou os seus pais?

Bom, certamente que, quem faz este tipo de perguntas já está mais cego do que aquele que não vê, porque quem consegue ver e discernir claramente, não pergunta, está PRESENTE e AGE, sobretudo é aquele que vendo, não age como sendo cego.

A resposta de Jesus a esta questão dos Discípulos é clara e não traz explicações. O que Ele responde, portanto, não é o que Deus “pensa” sobre o sofrimento daquele homem, e sim o que Deus faz a respeito dele.

Neste caso, Deus curou e libertou. No meio do sofrimento, a obra da GRAÇA naquela cegueira manifestou-se e de um modo que surpreende todos os presentes: “… eu era cego e agora vejo”. O MILAGRE que ali acontece não é apenas a cura da cegueira física, mas  a cura da outra CEGUEIRA mais grave que é a Cegueira do Coração.

Pedro também faz parte do grupo que lançou aquela pergunta. Como Discípulo, na AMIZADE com o Mestre irá ser curado das CEGUEIRAS que o levam a ele e aos companheiros ao caminho mais fácil, aquele que os faz esconderem-se atrás da dor do mundo para assim não terem que tomar decisões nas suas próprias vidas, sobretudo fazerem a experiência da sua própria realidade.

Uma dessas experiencias, acontece precisamente com outra questão bem ao jeito da pergunta deste Evangelho: “Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?” (Mt 18,21).

Pedro havia já experimentado e continua a experimentar o perdão do Mestre no caminho do Discipulado, sabe por isso as IMPLICAÇÕES que carrega esse mesmo Perdão, seja dado, seja recebido, mas como no episódio deste cego, é mais fácil para ele não olhar, continuar cego interiormente e ver apenas aquilo que queria ver.

Para o Discípulo, e para nós, é sempre mais fácil aquele caminho que descreve Mateus: “… fecharam os olhos, não fossem ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, compreender com o coração, e converter-se, para Eu os curar.” (Mt 13,15).

Como em Pedro, as CURAS das nossas “cegueiras” carregam também DOR… e quem está disposto a abraçar a DOR…! Quem está afinal disposto a deixar-se abraçar pelo Perdão…!

Todos precisamos fazer o caminho na ESCOLA do PERDÃO onde seremos curados de todas as “cegueiras”.

A MEDITAR
Como estou a olhar para mim e para os outros? Sinto-me perdoado? Já perdoei também os outros? Quais são as minhas cegueiras?
vp.
(cont. do retiro de Quaresma inserido no Discipulado com Pedro) 

14 comentários:

vp disse...

Santa tarde a todos..

Ando novamente enfermo… novamente provas nos caminhos do discípulo.. não são fáceis… mas confio n’Aquele que me ampara e guia… orem por mim… peço perdão pela minha falta de participação aqui…

Santa semana para todos…

Maria-Portugal disse...

Mas desta frase do Evangelho não se pode concluir que o pecado não se transmite de pais para filhos?

Boas melhoras...não será tempo de fazer um acerto de saúde na clínica das outras vezes?

vp disse...

psiummmm ou alguém ainda vai fundar uma igreja do santo cego e dos santos pais do cego... não diz Jesus que não pecaram!

esse perigo existe sim, mas aqui Jesus quer dizer apenas que a cegueira não é origem de nenhum pecado... nem dele nem dos pais...só isso.. mas as teologias podem descambar... ainda existem mentes de fariseus....


sim a saúde a apertar e se calhar terei que fazer novamente testes sérios... espero em Deus... por agora vamos aguardar a opinião dos médicos daqui...


grato... santa noite

vp disse...

estou agora nas aulas mas com grande dificuldade orem por mim... dia 7 termino aqui.. depois universidade se n cair mais enfermo...

Maria-Portugal disse...

Eu referia-me quanto à transmissão do pecado de pais para filhos mais concretamente do pecado original

vp disse...

Esse é sempre o caminho mas fácil para nos justificarmos do mal que engendramos em nós próprios.... acho que já devíamos ter já aberto mais caminho nessa área... mas as teologias com sabor ainda a raiz muito judaica dão sempre nisto... bloqueios e vendas nos olhos para não olharmos para nós mesmos... e assim vamos procurando e procurando num suposto passado de alguém do nosso sangue para assim justificar origens daquilo que nós próprios engendramos... desculpem mas já não dou mais para esse “peditório”...
Uma coisa são os aspectos mitológicos para explicar algo num tempo em que o inexplicável era ainda mais largo e profundo.. mas com Jesus acho que já existe luz suficiente para colocar a descoberto muito coisa que no passado foi explicada dessa forma… o livro de BentoXVI do “Jesus de Nazaré da entrada em Jerusalém até à Ressurreição” felizmente abre esse caminho, não é por acaso a reacção incendiada de um teólogo bem conhecido:

“Outro exegeta bíblico, o padre Joaquim Carreira das Neves, também não duvida que o livro é um marco. Mas pensa que Ratzinger vai por um caminho "perigoso": "Um exercício como o dele pode levar ao fundamentalismo", diz.

Palavras duras? Para Ratzinger, que utiliza o método canónico de leitura da Bíblia, em que "todos os textos têm o mesmo valor", sublinha. Desligados do contexto cultural, político ou religioso da época ou desinseridos de qualquer género literário (expressão que Ratzinger nunca utiliza), os textos são lidos apenas na sua lógica interna. "Isto tem consequências: se eu acabar com a noção de pecado original, que não está na Bíblia, cai o baralho de muitas coisas que a Igreja diz", exemplifica Carreira das Neves.

O pecado original é referido pelo autor em Jesus de Nazaré: "A morte de Jesus é subtraída à linha do género de morte que deriva do pecado original do Homem", escreve. Carreira das Neves contesta: "Como é que há "pecado original", a partir da narrativa mítica da Criação, se Adão e Eva não são pessoas individuais mas corporativas, a viverem no Éden, sem liberdade? Pode haver pecado consciente sem liberdade consciente?"

(in http://pastoral.cad-cascais.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1405:jesus-tem-futuro-na-versao-de-ratzinger-&catid=105:cultura&Itemid=148)

agora quem me surpreendeu bem foi Ratzinguer... ai sim que me surpreendeu e não pouco...

vp disse...

... Carreira das Neves diz tudo e coloca o dedo na sua própria ferida como teólogo e dos outros teólogos também....

…a verdade está apenas nos medos de ao fazermos cair muitas vendas que nos mantêm cegos do essencial, ao desbaratar como um baralho de cartas todos os castelos das fantasias e construções teológicas.. muitas delas apoiadas apenas em mitos… eu bem ando a repetir tantas vezes que a teologia é presunção dos homens…. Imaginem o absurdo… estudar o próprio Deus... e mais não digo...

Maria-Portugal disse...

teologia não é estudar Deus....quem o pretendesse fazer falhava rotundamente claro....eram então mesmo areias teológicas...para mim a teologia baliza-se no mandamento supremo cuja primeira parte diz"amar tb com o entendimento".
Uma busca contínua do vinho novo,da água viva que está sempre a jorrar para quem não permanece estático e fechado.


Quanto ao pecado original ou originante,como já foi chamado parece-me referir-se à fragilidade do genoma humano ,à apetência para as quedas q marca cada geração desde a primeira desde as primeiras.

vp disse...

já agora... o pecado original é sempre aquele pecado próprio do homem, de cada homem... em cada momento que peca, é a sua marca própria que leva esse pecado... é isso que o torna original porque é pessoal e exercido pelo que o pratica...

senão estaríamos sempre afirmando que existe uma MATRIZ do próprio pecado...dando origem assim ao encadeamento e passagem de geração em geração...

Não é o pecado que corta a comunhão com Deus...?

Então porque continuamos ao longo de tantos anos a manter essa comunhão.. Jesus em nós e nós Nele...!... algo aqui não bate bem... pensem um pouco...

e não é por causa disto que deixo de acreditar no pecado como realidade concreta.. mas em cada um… em mim… não como uma suposta herança...

vp disse...

e não é o entendimento humano gragilizado pela sua própria limitação...!

"Com todo o entendimento..." sim, claro, mas não para engendrar acstelos, mas para que o ES e a Palavra penetre e me transforme.. e não para carregar camiões de areia para cosntruir castelos de fantasias para sei lá eu qual objectivo...

o problema é que são precisamente as teologias que mais tem dividido os irmãos...

vp disse...

ser fragil não significa transmisão de um aqulaquer "genoma" que carrega o "pecado"...

cada homem e mulher é responsavel pelos seus próprios actos e a salvação é sempre pessaol.. o caminho sim, é feito em comunidade... no chão do evangelho... que é a Igreja real e simples...

vp disse...

a REVELAÇÃO já aconteceu e está à fre nte dos nossos olhos.. só não vê quem não quer.. desculpe... Jesus é a própria Revelação... que mais precisamos para andar pelos nossos próprios pés...?!

porque teremos sempre que comer o prato que nos querem servir...?

Afinal, para que nos serve a PALAVRA encarnada...

vp disse...

já agora como última intervenção... (tenho que sair agora)
Nunca esqueça que as interpretações é que deram origem às eternas discussões dos discípulos que se estenderam até aos nossos dias...
Jesus só mandou anunciar.. não a interpretar... mandou anunciar e viver... e se existe dificuldade em perceber o que significa esse viver basta-nos olhar para Ele...

será que é difícil ao menos "copiar" uma vida... e ainda por cima tão clara e transparente como foi a de Jesus...!"

Isso é que é fazer escola do discipulado.. seguir um Mestre para ser como Ele...

Basta-nos ser discípulos, claro com razão e coração juntos, mas simples e transparentes como foi e viveu Jesus…

Maria-Portugal disse...

d'accord!

boas melhoras!