*** Sanctus...Sanctus...Sanctus *** E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite. Irm.Silencio

quarta-feira, 24 de março de 2010

Retiro na cidade - 36

capela Nossa Senhora do Ar no Aeroporto de Santa Maria
Foto de Ana Loura

A Palavra de Deus
5Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres»
Evangelho segundo São João Cap 8, Vers 5


Um silêncio que fala ao coração


Em vez de responder à pergunta que lhe fazem sobre a mulher adúltera, Jesus desvia-se da questão posta pelos escribas e fariseus e começa a escrever na terra. A sua resposta é uma não-resposta, a sua reacção é uma não-reacção. Nada mais existe senão o tempo que continua a correr. E é o tempo que fala, que se dirige ao coração dos fariseus e dos escribas, e que finalmente os faz abandonar o seu projecto. O tempo torna-se na voz de Deus.



Podemos considerar este momento da história da mulher adúltera como o pivô do texto à volta do qual tudo roda, como o centro onde tudo se transforma. Pois é durante esse momento de silêncio que os escribas e os fariseus deixam cair as suas acusações. É nesse instante que a mulher é resgatada. E mais profundamente: é neste momento de silêncio que Deus converte os seus corações.

Quando Pedro, na sua segunda carta, exorta os fieis a levar uma vida segundo a sua fé, compreendemos que a paciência é a virtude que conduz ao temor de Deus, ao amor fraterno, e enfim ao amor de todos. A paciência é então ligada ao tempo, e o tempo não é um espaço vazio, sem qualquer sentido, que nós voltaríamos a preencher: o tempo é criado por Deus, e Ele utiliza-o para nos atrair para Ele, para nos fazer crescer como seres humanos e como crentes. Ousaremos a apoiarmo-nos com paciência neste dom de Deus. Ousaremos a escutar o silêncio de Deus?

Traduzido de: http://www.retraitedanslaville.org/

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