Não
precisamos buscar a noite que envolverá a alma, todos temos impresso na
própria alma a hora do ENCONTRO, apenas podemos adiar ou não, depende
da caminhada na graça ou no deserto.
Por
vezes, ainda que o sol brilhe sobre os caminhos, surgirão
repentinamente vindas do escondido das montanhas que escalamos, essas
"filosofias das respostas prontas e seguras", as nuvens densas e
carregadas de tempestades que nos provarão a impermeabilidade da Fé que
veste a nossa vida.
Monte
e vales, a temperatura dos que caminham e caem, não porque o Pai
coloque barreiras entre Ele e os que o desejam abraçar, mas porque
sempre buscamos assentar arraiais e montar as nossas tendas, como os
díscipulos, ao invés de apenas contemplar a grandeza do Pai.
Precisamos
segurar com firmeza as mãos nas escarpas da PALAVRA, escalando passo a
passo a montanha da Fé, que ora nos acolhe em períodos de luz, ora nos
acolhe em períodos de trevas.
Todos
aqueles que buscam nos caminhos da espiritualidade a fuga ás suas
próprias angustias, procurando nos Evangelhos as palavras que sossegarão
a sua alma nos medos da NOITE da ALMA, esses, ainda não perceberam que
apenas são barro, matéria ainda em bruto, que está sofrendo um processo
de moldagem e cozedura no FORNO da Misericórdia do Pai.
Escalar
a montanha da Fé, plena de trilhos inseguros e desconhecidos, exige do
escalador o desapegar-se de todo o peso que transporta consigo, toda
essa carga das dúvidas, das palavras, dos gestos inúteis, que nos farão
tropeçar e resvalar pelas ravinas da dor e morte, se a carga for
demasiado pesada.
Quantos
pagaram com as suas próprias vidas as ousadias do escalar aos extremos
da montanha da Santidade, esses picos do Absoluto, na fogueira do
extinguir da vida, no supremo sacríficio do amor,deixando o Escalador a
sós com o Pai, na escalada final, no ENCONTRO.
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