Lembra-te que és estrangeiro na terra
13SENHOR, ouve a minha oração, escuta o meu lamento; não
fiques insensível às minhas lágrimas. Diante de ti sou como um estrangeiro, um
hóspede, como os meus antepassados
Salmo 39 (38) Vers 13
Ser estrangeiro? Uma condição desconfortável. Pouco sabemos
da viagem dos magos desde o Oriente, mas nómadas, vagabundos- e todos aqueles
que em geral vêm de outros lugares- nem sempre suscitam simpatia, costuma
dizer-se. Quem é este que vem de fora pisar a minha terra? Se incomoda é porque
o estrangeiro é estranho. Ele visivelmente não está no seu lugar. Menos que eu
que estou na minha terra, nessa terra que é minha, neste mundo que é o meu e do
qual faço parte integrante. A menos que…A menos que eu não esteja assim tão instalado
como isso nesta terra…
Mal a provação surja e eu já não sei então em que fim do
mundo me aconchegar. Mal a solidão me abocanhe e eu procuro desesperadamente um
solo acolhedor, todas as terras conhecidas se tornam subitamente hostis ou
anonimas. Eu que me pensava em casa, seguro, em segurança, eis-me estrangeiro
na minha própria casa, na minha própria família. Como um adolescente que flutua
no seu corpo tornado subitamente bizarro…
A vida, por vezes, deixa-nos um pouco assim. Estrangeiros
entre as pessoas parecem em casa. Estranhos no meio das pessoas parece normais.
Nómadas, em busca, no meio daqueles que nos parece termos
ocupado os seus lugares. Tanto melhor! Não somos pessoas instaladas. O nosso
porto seguro não é aquele que o mundo muito bem nos quer dar. « 14porque não
temos aqui cidade permanente, mas procuramos a futura.» (Carta aos Hebreus, Cap
13, Ver 14) Saboreemos desde já esta boa nova: descido do céu, o Filho de Deus
virá no Natal fazer-se nosso irmão. Somos portanto cidadãos pouco vulgares: a
nossa pátria, ela está no céu.
Traduzido de: http://www.aventdanslaville.org/
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