A fé e a sua presença
«És tu o que deve vir? Ou devemos esperar um outro?»
Mateus, Cap 11, Vers 3
Do fundo da sua prisão, João, que baptizou Jesus no Jordão,
é assaltado pela dúvida. “perde o pé” e envia os seus discípulos perguntar a
Jesus quem é verdadeiramente. Ele fica espantado ao constactar que um
testemunho tão privilegiado que João possa colocar assim tudo em questão. Se
João, de quem Jesus diz que não existe homem maior que ele, chega a duvidar
dessa maneira, porquê seríamos nós melhor do que ele?
Podemos ter sido catequisados desde a infância e ter
esquecido tudo das nossas convicções. As nossas vidas com Deus podem também
ronronar confortavelmente e perderem todo o sabor. Tive durante muito tempo uma
vida sem problemas aparentes com Deus, ele não me incomodava e pensava que
também não o incomodava, uma vida tranquila mas sem chama. Penso que vivia uma
forma de aprisionamento já que me pensava livre. A minha própria cela era a
rotina, uma vida era agitada e uma ausência de uma verdadeira busca de Deus.
A minha conversão fez-se num momento improvável, a morte do
meu filho. Alí onde eu poderia ter odiado Deus, descobri de forma estrondosa
que ele estava apaixonado por mim. E eu tornei-me apaixonada por Ele. O momento
poderia parecer incongruente, mas com o passar do tempo, eu percebi que Deus me
propôs um novo plano de vida e que me dava a prova de que, nunca, me tinha
abandonado.
João estava na prisão fisicamente e esse tempo de reclusão
atirou-o para uma espécie de desespero. Quais são as prisões que nos levam a
duvidar, a já não acreditarmos, ou, pior ainda, a esquecermos a eventualidade
da existência de Deus? João usou o tempo para refletir e fez uma pergunta.
Interrogar-se sobre Deus, não é isto dar um primeiro passo na Sua direcção?
Fazendo-lhe um pedido, permitimos-lhe transpor a barreira que nos separa dEle.
No Evangelho de hoje brotam a generosidade de Deus: os cegos, os coxos, os
leprosos e os surdos são curados e tudo exulta destas felicidades
reencontradas.
Não seremos nós, também, cegos, coxos, leprosos e surdos sem
que mesmo o saibamos? Como sair deste impasse? João, da sua prisão, usou o seu
tempo para reflectir e fez uma pergunta. Humildemente, ele também descansou na
palavra relatada pelos seus discípulos. Interrogar-se sobre Deus, não é dar o
primeiro passo na Sua direcção? Se nos tornamos nas nossas trevas, «buscadores
de Deus», Deus nos ajudará a sair do nosso fechamento. Ele quer-nos livres, e
por isso, ele deixa-nos a faculdade de O escolhermos ou não. Abramos, então, o
nosso coração e o nosso espírito, preparemo-nos para escutarmos e em seguida
para recebermos. Deus jamais forçará a nossa porta, o Seu respeito por nós é
tal que as Suas intervenções nos nossos casos serão propostas, sugestões, e não
obrigações.
Permite, Senhor, que eu nunca me separe de ti!
Tradução de: http://www.aventdanslaville.org/date___2013-12-15/
1 comentário:
Obrigado Ana... sempre tão ricos estes pedaços de Deus partilhados com a tua preciosa ajuda...
Santo Domingo a todos...
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