..... da luz em nós...!

No Evangelho vivo, não existe espaço para os que não acolhem e negam a sua humanidade… O único espaço que existe, é a Cruz, e nela o Filho do Homem que revelou ser o Filho de Deus, mas que confessou também ser o Filho do Homem, aquele que espera a cada convidado das bodas do Cordeiro, nessa contínua Ceia Pascal onde cada um se alimentará ao longo da caminhada da Fé…

À mesa da Comunhão não existe espaço para as coreografias da Fé, mas apenas o gesto concreto que se doa totalmente, no bom e no menos bom, para que nesse Encontro, a Palavra possa germinar e cada coração ali presente se torne parte integral do próprio Cristo… ser ramos da Videira verdadeira… ser rama que se deixa podar diariamente pela Graça…

Nessa festa da comunhão, o único vestido que podes levar é aquilo que tu és, ali não existe espaço para os convidados que chegam vestidos de mimetismos, nesses travestismos que fazemos tantas vezes nas inúmeras conversões de ocasião, nesse modelar que se passeia nos desfilares da cultura cristã da moda, que expõem a nu os rostos maquilhados da alma, nesses modelos plastificados da vida que todos somos e carregamos em nós, quando permitimos ser vestidos pelos teares dos guetos da religião…!

No caminho da Comunhão que gera a Liberdade, aquele que se alimenta dela sabe que jamais voltará a ser livre para não escolher… No terra lavrada da Partilha onde se move e nasce a verdadeira liberdade, teremos sempre que fazer a escolha dos alimentos da vida, mesmo o da própria não escolha da liberdade…!

As cosméticas da piedade só existem nos rostos do diabo… nos rostos dos filhos de Deus, existe apenas o reflexo límpido das tristezas e das alegrias por cada passo dado ou recuado… O rosto que ainda consegue olhar-se a si mesmo e dizer: Pai, ajuda-me a sorrir hoje ou enxuga as minhas lágrimas, no meio dos meus fracassos de homem que sabe que Tu estás sempre presente, para que as minhas quedas não sejam tão frequentes… e ainda que elas continuem, porque sei que continuarão, fica ao meu lado, sê o meu sustento nas horas de abandonos e fragilidades humanas…

A prece mais profunda à mesa da partilha é aquela oração carregada de gestos de uma vida cheia de Jesus… se a interromperes alguma vez, que seja apenas para matar a fome ao faminto, vestir o nu, matar a sede ao sedento... Quando agires assim, continuas diante do Pai, e agora ainda com mais fervor e oblação na tua prece… Se queres orar, que seja sempre a tua oração, a oração que o outro não pode ou não consegue fazer… a tua, o Pai não precisa que a pronuncies… Ele só precisa que a vivas em ti e nos outros…

(... antigo mas sempre actual...!)

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