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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

… do encontro com outro Jesus...!

Um jovem.. . aí uns 19 anos… como tantos outros que encontro pelos meus caminhos… um irmão pobre dos mais pobres que conheço por aqui… os seus gestos atabalhoados e o seu riso transpiram a loucura e afastam todos os que passam por perto…

Já havia visto e reparado no seu voo desalmado por aquela praça… um pardalito ferido solitário que dá por vezes algumas gargalhadas que ecoam perto daquela porta da igreja onde tantas vezes me recolho nos momentos em que também o meu coração se cansa de voar no ocaso dos dias sem ocaso… em busca de forças e murmúrios que aplacam a sede da minha alma que busca um toque.. uma palavra… uma presença ali junto ao silêncio do “Prisioneiro do Amor”….

Hoje o seu voo chocou com o meu naquela praça,.. sentado no degrau de uma fonte que corria alegre senti a sua presença que se aproximava a pedir-me uma moeda… “para comer”… 

Olhámo-nos nos rostos de cada um ali presente enquanto os olhos buscavam abrir a porta da presença um do outro…e os meus lábios  soltaram a frase tantas vezes repetida:

Não tenho…desculpa.. também estou desempregado e vivo da caridade…aliás… já me deves ter visto também a  comer naquelas ruas à noite onde pára uma carrinha com alguma sopa quente…(uma boa escola para aprender a viver a santa pobreza e viver como viveu S. Francisco...)... eu já te vi lá também…!

Ainda não tinha acabado de falar e ele mete a mão no bolso das calças e tira dela uma sandes embrulhada num papel já muito amarrotado… abre-a e  estende a mão para mim e diz-me:

Toma, tens fome… anda.. come… eu posso ir arranjar mais se quiseres…

Enquanto olhava para o seu rosto, escutando atónito aquela voz que ia agora descobrindo desse tesouro interior que nele habitava e que desconhecia pelo ofuscar da imagem exterior que desenhara deste pardalito… a minha mão tremia agitada dentro do meu bolso também das calças… sentindo a superfície fria de algumas moedas que ainda tinha para uns dois ou 3 cafés que guardava para os dias seguintes…

Ele oferecia-me tudo o que tinha.. aquele pão que valia um tesouro… enquanto o meu coração lhe havia recusado uma daquelas moedas que  tocavam na minha mão gritando-me o Amor ainda não aprendido totalmente… meu Deus… como ainda está tão tosca e rude a minha alma nas coisas do AMOR… Misericórdia…

Hoje senti-me como aquele outro Pedro nas lágrimas da traição… (preciso de falar, soltar esta tristeza que agora aperta o meu coração, por isso esta partilha agora...)... não foi um galo que ali cantou… não… mas aquela água a correr daquela fonte ainda me soa no coração agitado como caudais agitados que buscam encontrar o caminho certo para desaguar nos oceanos da misericórdia do Pai… meu Deus, como desejo acertar o caminho com Jesus… libertar-me do barro ainda tão rude e tosco…ajuda-me meu Abba-Paizinho…

1 comentário:

Maria-Portugal disse...

Estas são aina maiores Maravilhas do Pai que coloca diamantes em seres que a sociedade tem como lixo.