Um
jovem.. . aí uns 19 anos… como tantos outros que encontro pelos meus caminhos…
um irmão pobre dos mais pobres que conheço por aqui… os seus gestos
atabalhoados e o seu riso transpiram a loucura e afastam todos os que passam
por perto…
Já
havia visto e reparado no seu voo desalmado por aquela praça… um pardalito
ferido solitário que dá por vezes algumas gargalhadas que ecoam perto daquela
porta da igreja onde tantas vezes me recolho nos momentos em que também o meu
coração se cansa de voar no ocaso dos dias sem ocaso… em busca de forças e
murmúrios que aplacam a sede da minha alma que busca um toque.. uma palavra…
uma presença ali junto ao silêncio do “Prisioneiro do Amor”….
Hoje
o seu voo chocou com o meu naquela praça,.. sentado no degrau de uma fonte que
corria alegre senti a sua presença que se aproximava a pedir-me uma moeda…
“para comer”…
Olhámo-nos nos rostos de cada um ali presente enquanto os olhos buscavam abrir a porta da presença um do outro…e os meus lábios soltaram a frase tantas vezes repetida:
Olhámo-nos nos rostos de cada um ali presente enquanto os olhos buscavam abrir a porta da presença um do outro…e os meus lábios soltaram a frase tantas vezes repetida:
Não
tenho…desculpa.. também estou desempregado e vivo da caridade…aliás… já me
deves ter visto também a comer naquelas ruas à noite onde pára uma
carrinha com alguma sopa quente…(uma boa escola para aprender a viver a santa pobreza
e viver como viveu S. Francisco...)... eu já te vi lá também…!
Ainda
não tinha acabado de falar e ele mete a mão no bolso das calças e tira dela uma
sandes embrulhada num papel já muito amarrotado… abre-a e estende a mão
para mim e diz-me:
Toma,
tens fome… anda.. come… eu posso ir arranjar mais se quiseres…
Enquanto
olhava para o seu rosto, escutando atónito aquela voz que ia agora descobrindo desse tesouro interior
que nele habitava e que desconhecia pelo ofuscar da imagem exterior que
desenhara deste pardalito… a minha mão tremia agitada dentro do meu bolso também das calças… sentindo a superfície fria de algumas
moedas que ainda tinha para uns dois ou 3 cafés que guardava para os dias
seguintes…
Ele
oferecia-me tudo o que tinha.. aquele pão que valia um tesouro… enquanto o meu
coração lhe havia recusado uma daquelas moedas que tocavam na minha mão
gritando-me o Amor ainda não aprendido totalmente… meu Deus… como ainda está
tão tosca e rude a minha alma nas coisas do AMOR… Misericórdia…
Hoje senti-me como aquele outro Pedro nas lágrimas da traição… (preciso de falar, soltar esta tristeza que agora aperta o meu coração, por isso esta partilha agora...)... não foi um galo que ali cantou… não… mas aquela água a correr daquela fonte ainda me soa no coração agitado como caudais agitados que buscam encontrar o caminho certo para desaguar nos oceanos da misericórdia do Pai… meu Deus, como desejo acertar o caminho com Jesus… libertar-me do barro ainda tão rude e tosco…ajuda-me meu Abba-Paizinho…
Hoje senti-me como aquele outro Pedro nas lágrimas da traição… (preciso de falar, soltar esta tristeza que agora aperta o meu coração, por isso esta partilha agora...)... não foi um galo que ali cantou… não… mas aquela água a correr daquela fonte ainda me soa no coração agitado como caudais agitados que buscam encontrar o caminho certo para desaguar nos oceanos da misericórdia do Pai… meu Deus, como desejo acertar o caminho com Jesus… libertar-me do barro ainda tão rude e tosco…ajuda-me meu Abba-Paizinho…
1 comentário:
Estas são aina maiores Maravilhas do Pai que coloca diamantes em seres que a sociedade tem como lixo.
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