*** Sanctus...Sanctus...Sanctus *** E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite. Irm.Silencio

domingo, 9 de junho de 2013

A oração é um ENCONTRO:





Quando começamos a compreender que na oração vamos encontrar Alguém e Alguém que nos ama de forma única o sentido da nossa oração muda.

Não é mais um dever,uma obrigação mas uma corrida para o dialogo em que o coração escuta a voz do Pai e adora o Espírito que em si reza de forma inexprimível produzindo uma necessidade cada vez mais forte de  conformar o nosso eu a Jesus,nosso divino Irmão.

Dizia-nos um monge trapista, sobre a oração ,em que vivia imerso:
“A oração não é só uma criação do Pai, mas também um dos poucos caminhos pelo qual o homem consegue chegar ao nível da linguagem divina. Quando o homem ora, o Pai consegue compreender a linguagem dos filhos. Sublinho que orar não significa forçosamente existência de sons, pode muito bem apenas ser a tua presença.”

Na continuidade da oração vamos descobrindo que o Pai se vai  revelando à medida do nosso próprio mistério,movendo as fibras mais ocultas do nosso ser na Sua direcção.

Muitas vezes nos apontam métodos e formas de rezar,mas nunca podemos abstrair a nossa maneira pessoal,o nosso esforço único de encontrar o Senhor.Vemos nos Evangelhos que todos os encontros de Jesus são pessoais.

Quando os encontros se tornam mais e mais frequentes as virtualidades, que em nós  existem, vão-se expandindo em vida de abundantes frutos.

O Padre jesuíta Dário Pedroso dá-nos ,em síntese, toda a maravilhosa realidade dos nossos tempos com Deus:


Com a oração dar-se-á aos poucos a evangelização do nosso interior, da alma, do coração, da inteligência, da vontade, do afecto, do ser e da vida. Oração que não seja pietismo estéril, piedade balofa, espiritualidade vazia, mas grandeza de alma, plena de Deus, da sua vida e da sua graça. Por isso, oração que transforma, que cristifica, que converte, que cura, que transfigura, que nos mergulha em Deus e nos dá paz e alegria. Oração que nos faz viver de outro modo e nos compromete com os homens, com o mundo. 


Oração que nos dará o fogo dos Apóstolos da manhã de Pentecostes. Oração que nos fará incendiários ao jeito de Jesus. Oração que nos dará a graça de vivermos a vida com paixão, de coração aberto para amar sem medida. Oração que nos fará aprender a morrer, como o grão de trigo, para que os outros tenham vida e a tenham em abundância. Oração que nos abrirá o coração ao amor louco e apaixonado de Deus e nos fará descobri-Lo sempre, e cada vez mais e melhor, como o tesouro das nossas vidas.



5 comentários:

Ana Loura disse...

É pá, Maria, acho o teu texto excelente, quanto ao do Pedroso tive que pedir a lente de aumento ao meu Pai. Também gostei muito.
Beijos

Maria-Portugal disse...

Pois...estas letras são um problema...ou muito grandes ou muito pequenas.Já tentei de vários modos...vou meter de novo grandes...

Ana Loura disse...

A oração torna-nos mais conscientes do mundo

A oração não nos torna menos conscientes das circunstâncias da vida. Pelo contrário, torna-nos mais conscientes do que nunca. Porquê? Porque, agora, vemos o mundo como Deus o vê. Ouvimos chorar os pobres, como Deus os ouve. Já não estamos tão envolvidos em nós próprios, ficamos mais conscientes das necessidades dos outros, menos centrados em nós próprios.

Quando estamos verdadeiramente embrenhados na consciência de presença de Deus em nós, compreendemos que é próprio da natureza de Deus – que é Omnipresente – estar em todos como está em nós. Começamos a ver-nos cada vez mais como membros da comunidade humana, em vez de nos vermos como um indivíduo único e independente. Sabemos, agora, de um modo nunca antes entendido, que não somos um mundo à parte.

A acuidade do coração de Deus vem com a consciência da presença de Deus. Logo que Deus tome conta do nosso coração, não há ninguém – nenhum filho de Deus, em nenhuma tradição, em lado nenhum - que não tenha direito ao nosso coração, tal como tem direito ao coração de Deus. Tornamo-nos guardiães dos nossos irmãos, o melhor sustento das nossas irmãs. Os nossos corações e o coração de Deus começam a bater em uníssono por toda a raça humana.

Usar a religião, ou a oração ou a contemplação ou a procura de Deus, como desculpa para ignorar as necessidades do mundo é uma blasfémia. Nega o próprio Deus, a quem se propõe anunciar. Pratica a idolatria do eu e chama-lhe união com Deus. Torna a imersão na oração mais importante do que os frutos da oração. Esta confusão tão descarada faz, da própria oração, uma farsa.

Aqueles que procuram, verdadeiramente, a Deus tornam-se mais sensíveis ao resto do mundo, porque se tornam, no dia a dia, mais parecidos com o Deus que amam, com o Espírito que lhes dá energia. Eles levam consigo, para que todos vejam, as exortações do Deus que os impele a encontrar o Deus que vive neles e que, ao mesmo tempo, os tira para fora de si próprios.



Joan Chittister
In O sopro da vida interior, ed. Paulin

Anónimo disse...

E quantas vezes a oração surge de repente, inesperadamente, como a fome... um encontro, uma pequena experiência, um raio de sol ou de trovoada, e ei-la que brota mesmo sem palavras...
Mas se não se traduzir em actos, será porque não nos aproveita de muito o alimento, concordo.
Lila

Maria-Portugal disse...

Nunca se está só ,porque o Espírito nos habita e reza continuamente em nós,mas até Jesus que passava noites em convívio com o Pai,precisou de um contacto humano em horas de maior angústia.