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sábado, 18 de maio de 2013

Novo Patriarca

Foto de Henrique de Matos
O teólogo Anselmo Borges considera que a nomeação de Manuel Clemente como patriarca de Lisboa “não foi surpresa” e salienta a sua capacidade “de estabelecer pontes com o mundo da cultura e o mundo da política”. 

 Interrogado pela agência Lusa, o professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, diz que “o bispo Manuel Clemente é uma figura que fará um bom papel enquanto patriarca de Lisboa, é um homem culto, um homem capaz de estabelecer pontes também com o mundo da cultura e o mundo da política”. 

 Para Anselmo Borges, para quem a nomeação do bispo do Porto, “não foi surpresa nenhuma, porque era o nome que estava mais indicado, ele “é a pessoa adequada, tanto mais que é um homem diplomata, e alguma diplomacia será necessária no cargo de patriarca de Lisboa”.

 Questionado se esta a nomeação poderia ser considerada um pouco contra a corrente com o que se passou na Santa Sé, com a eleição de um papa mais ligado aos fiéis e menos ao universo da cultura, como o seu antecessor, Anselmo Borges considerou que Francisco também precisará “de dar sinais ao nível da cultura e ao nível da teologia” “Sem teologia, o cristianismo corre o risco de ficar reduzido pura e simplesmente a sentimento. Sem teologia, o cristianismo não poderá argumentar na universidade, no espaço público. 

E uma fé que não é capaz de argumentar no espaço público reduz-se a sentimento”, afirmou Lembrando que Manuel Clemente é “um homem que está enraizado nos valores fundamentais do evangelho”, o padre considera que ele se interessa “também pelo mundo da justiça social, e tem dado sinais nesse sentido, mas há também todo o mundo da cultura e ele estabelecerá pontes nesse domínio”.  Argumentou ainda que “aquilo que nós precisamos neste momento de crise em Portugal, na Europa e no Mundo, é certamente de uma revolução cultural”.

Carreira das Neves: eleição perfeita A escolha de Manuel Clemente para patriarca de Lisboa foi a “eleição perfeita”, considerou, por sua vez, o teólogo franciscano Carreira das Neves, afirmando não ter dúvidas de que “Lisboa vai ter um grande patriarca”. O padre, antigo professor e amigo de Manuel Clemente considerou, em declarações à agência Lusa, que “Lisboa vai ter um grande patriarca, um grande cardeal mais tarde ou mais cedo, não há dúvida nenhuma que a eleição dele foi a eleição mais perfeita”. Carreira das Neves sem querer fazer "a apologia por causa do papa Francisco" considerou que o bispo do Porto “tem uma costela franciscana muito grande, espírito de pobreza, de humildade, de nobreza". D. Manuel Clemente "é um nobre espiritual e isso é fundamental”, disse. 

 Para o franciscano, Manuel Clemente “é uma pessoa de uma grande capacidade intelectual e ao mesmo tempo, um grande pastor.” “É um homem que conhece muito bem o campo prático da sua diocese que é o Grande Porto e, por alguma coisa, o Porto político e o Porto social e religioso não queria que ele viesse para Lisboa, o que é absolutamente normal”. Carreira das Neves admitiu que também ele “gostaria que o Manuel Clemente continuasse a fazer o trabalho que tem feito no Porto, porque tem feito um trabalho excepcional”. 

 O teólogo concluiu, afirmando que o novo patriarca de Lisboa “vai ser um diplomata, um homem da cultura, mas vai continuar a ser o homem da pastoral que tem o seu rebanho e as suas ovelhas e sabe ser um bom pastor, à frente do seu rebanho, dando-lhes a palavra o amor e a ternura.” O actual bispo do Porto Manuel Clemente, de 64 anos, será nomeado sábado Patriarca de Lisboa, sucedendo no cargo a José Policarpo, resignatário desde 2011 quando completou 75 anos, disse à Lusa fonte eclesiástica. O anúncio será feito na Cidade do Vaticano, no sábado, às 12h (11h de Lisboa), disse a mesma fonte. 

In Público

8 comentários:

Maria-Portugal disse...

Concordo em parte com o Pe Anselmo,contanto q a teologia não se enrede nas "areias teológicas", porque essas abafam o sopro do Espírito.

vp disse...

Santa Madre de todos os beirais, Jesus não necessita de ser ARGUMENTADO, necessita ser VIVIDO e anunciado com a VIDA, o tempo das palavras já passou, as pessoas precisam de vidas concretas...TESTEMUNHOS VIVOS.. os tais "santos vivos" que referia num seu post num outro blog... porque se fosse pelas palavras, então todo o mundo estava salvo, porque ruído e bibliotecas é coisa que não falta.... a Bíblia também está cheia de palavras e ainda assim, para muitos, mesmo possuindo-a, as suas vidas continuam na mesma…

A teologia em si não é um erro, desde que ela não faça como aquela pobre mulher do Ecce homo em Espanha… que é tornar mais irreconhecível o verdadeiro Rosto de Jesus que nos revela o Pai…

E atente no último papa que tivemos… um intelectual da Fé… nunca se falou tanto das intelectualidades da Fé no tempo em que dirigiu a Igreja…. Mas pense e medite nos resultados do seu papado… é claro que foram produzidos belos textos como a “Deus Caritas Est”, a “Spe Salvi”, e a “Caritas in Veritate” são riquíssimos sim, mas sem VIDA eles apenas se tornarão apenas documentos… (para não falar das linguagens que não só acessíveis a uma parte do povo de Deus)… esperemos que o Irmão Francisco não fale tanto e comece a agir mais… o povo de Deus tem sede e fome, mas de gestos concretos e a Igreja precisa de mudanças concretas não de mais discursos e palavras…

Novamente, temos um outro homem da cultura em Lisboa, a cultura não está errada, é necessário sim, mas a Igreja em Portugal precisa de missão concreta, gestos concretos, arregaçar as mangas, não de continuar à volta da mesa dos “Távolas da Fé”… enquanto o povo continua faminto de gestos, de mudanças.. de caminhos lado a lado na terra… não uns a continuarem nos seus palácios e universidades a discutir Deus e os mais simples sempre sós e abandonados nas suas paróquias.. nem os padres escapam a tal, eles tb se sentem sós …

Santo fim de semana...

Maria-Portugal disse...

E eu não sei...heheheh...sim... "amar a Deus com o conhecimento" faz parte do mandamento supremo ,mas tb faz parte "amar os outros"....e assim se completam ambas as premissas...que são inseparáveis.

A pretensão de se apropriar do Totalmente Outro e pensar-se como o único dispensador do fluxo divino é que é para mim o bonitinho sem sumo...

vp disse...

Irmã, se conseguirmos entender e acolher de uma vez por todas que a única chave hermenêutica válida, aquela que não nos induz ao erro é JESUS, onde tudo já foi e está definitivamente revelado e consumado, então jamais perderemos tempo com caminhos que passam ao lado d’Ele… podem aproximar-nos sim, mas passam ao lado… só Nele e por Ele chegaremos-veremos-entenderemos o Pai…(João 14,6)… o que precisamos é segui-Lo, vivê-Lo e amá-Lo e isso certamente passa pelos irmãos-irmãs… o problema é que são já muitos séculos nessa caminhada de posturas de andar ou à frente ou atrás d’Ele ao invés de andar lado a lado…

“Visto que na encarnação o Logos cria aceitando e aceita manifestando a si mesmo, prevalece também aqui e em nível mais radical e especificamente único o axioma de toda a relação entre Deus e a criatura, a saber, que a vizinhança e a distância, o estar à disposição e a autonomia da criatura crescem em medida igual e não em medida inversa. Por isso, Cristo é homem no modo mais radical e sua humanidade é mais autónoma, a mais livre, não apesar, mas porque é humanidade aceita e colocada como auto-manifestação de Deus” (RAHNER, K. Teologia dell’incarnazione, em Saggi di cristologia e di mariologia, Paoline,)

… estas duas relações “crescem em medida igual” que é o que “valida” o movimento do cristianismo, aquele que (busca-faz-segue) caminho com Deus já aqui na possibilidade que nos abriu na Encarnação) …!“A encarnação de Deus é, por isso, o caso irrepetivelmente supremo da realização essencial da realidade humana. [...] O homem é na medida em que se entrega”. ( (RAHNER, K. Teologia e antropologia, p. 66).)

… a Teologia jamais deixará o homem entregar-se, porque ela busca apenas codificar–descodificar Deus e não perceber o homem e a vida a partir de Deus… aqui é que é a razão de muitas das minhas interrogações e dúvidas em direcção a uma teologia mais oficializada que impede outras que se abrem mais na busca da liberdade do Espírito a fazer caminho… ainda bem que vou conhecendo alguns desses teólogos livres… são eles que me vão ajudando a abrir mais horizontes onde as oficialidades teceram véus e levantaram muros…!

Maria-Portugal disse...

A Teologia é só e apenas amar com o entendimento...pelo que deve ser acessivel a todos/as...tudo o q o exceder este conceito está a mais...

vp disse...

Aliás!! A Irmã vê alguma vez Jesus preocupado em ensinar doutrinas aos seus primeiros discípulos?!!! O que vemos e escutamos é Jesus a viver e a dizer para O seguirem e fazerem aquilo que Ele faz em união e fidelidade á vontade do Pai… e não que façam ou escrevam teologia.. mas sim para que vivam o que Ele viveu…! Isto é demasiado simples eu sei, mas o Evangelho de complicado não tem mesmo nada, nós é que o complicamos e aqui as teologias têm feito um papel enorme…! Mas que dificuldade está ou há em fazer e viver o que Jesus viveu…!!! Precisamos saber-fazer teologia para amar como Ele amou..? Para perdoar como Ele perdoou? Para exercer misericórdia como Ele exerceu..? Meu Deus, mas que andamos nós à procura…!

vp disse...

...sim, tem razão.... mas acha mesmo que as teologias das oficialidades são ou foram alguma vez acessíveis aos mais simples...! olhe que duvido muito... o conceito de teólogo já é só por si mesmo um arrogar-se da posse do saber sagrado que parece apenas "acordado" a um grupo reduzido de homens... mas Deus não se revelou e revela a todos...!

vp disse...

... antes que esqueça.. deixei email se ainda não abriu hoje......

santa tarde...