Retiro na cidade

Eis o homem

A Palavra de Deus

«O meu servo estava tão desfigurado que já não tinha rosto de homem. Eis que santificará um sem número de povos». Livro de Isaías, Cap 52, vers 14-15

A meditação

Jesus, neste dia de Sexta-feira, é conduzido pelos guardas diante da multidão. Leva uma coroa de espinhos e um manto de púrpura. Então Pilatos apresenta-o à multidão dizendo: «Eis o homem!» Mas os chefes dos sacerdotes, os guardas, e depois a multidão grita: «à morte!». «Eis o homem»! Pilatos diz a verdade. Jesus, escarnecido, desprezado, desfigurado, é homem. Tanto ou mais do que aqueles que o amesquinham. Nada nem ninguém pode fazer-nos perder a nossa dignidade humana. Jesus testemunha aqui por todas aquelas, por todos aqueles, que por todo o mundo e ao longo dos séculos serão humilhados, torturados, reduzidos a nada, condenados à morte. Eles são homens. Eles têm em si a imagem de Deus.

Não apenas eis o homem mas eis o Santo. Os chefes dos sacerdotes tomam-no por perigoso contestatário, quando na sua condição de sacerdotes deveriam ser os primeiros a reconhecer nele a presença da santidade de Deus.

A nós, pelo contrário, cabe-nos reconhecer em todo o rosto humano a marca de Deus. Cabe-nos a nós deixar-nos agarrar e tocar pelos rostos humanos. Cabe-nos a nós nunca aceitar que um rosto humano seja desfigurado ao ponto de esconder a semelhança com Deus, a santidade que reflete.

«Eis que santificará um sem número de povos»: nesta Sexta-feira Santa, por todo o mundo, mulheres e homens voltam-se para Jesus crucificado para lhe pedirem que se tornem eles próprios seres humanos. É preciso sem cessar tornarmo-nos o que somos: humanos segundo o coração de Deus.

Nesta Sexta-feira santa, a santidade passa do coração de Deus para o coração de Jesus. Do coração de Jesus passa para o nosso coração.

Traduzido de:http://www.retraitedanslaville.org/