E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite.
Irm.Silencio
sábado, 10 de março de 2012
Reflexão diária
O mar oferece ao marinheiro dois prazeres: o de sair da terra, lançando-se rumo a um horizonte sempre mais à frente, navegando por ondas sobre as profundezas misteriosas e perigosas; e o prazer de voltar para casa, de chegar ao porto seguro, de pisar em solo familiar e retornar à segurança da comunidade após a solidão do mar.
Cada um desses prazeres está repleto de verdade sobre nós e sobre a jornada humana. Aprendemos com o prazer. A alegria é a grande mestra para a qual o sofrimento é uma preparação, uma escavação de nossa capacidade de ser. Mas esses dois aspectos da aventura da jornada humana dependem um do outro para nos ensinar eficientemente para que serve a nossa vida e para realmente nos dirigimos. Se não respeitarmos os dois lados desta moeda perdemos o ritmo da vida. Rejeitar o seguro e o familiar pode nos levar a nos viciarmos em perigo e agitação. Corremos apenas por correr. Mas se tememos demais, agarrando-nos às fronteiras da nossa casa, não viajamos para suficientemente longe do porto e o lar se transforma numa prisão.
Encontrar o equilíbrio, flutuar em qualquer tipo de clima, exige profundo amor e devoção. Somente assim podemos chegar à profundidade da compreensão que nos permite conviver bem com os problemas superficiais do dia a dia da vida.
A ansiedade e a confusão surgem porque em grande parte de nossa vida temos apenas um contato secundário com a realidade. Viver espiritualmente significa justamente ter um contato direto com ela, e este nasce somente quando gerado no ventre de um paradoxo: nossa partida é a nossa chegada. Apenas se nos perdermos é que encontraremos quem verdadeiramente somos.
Laurence Freeman OSB
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4 comentários:
o problema é quando criamos "bolhas artificiais" onde vivemos alguns passos da nossa vida como por exemplo o espiritual....
santo dia, bom texto.. abraçso em casa...
Curioso.Florbela Espanca já dizia o mesmo :"é preciso perdermo-nos para nos encontrarmos"
aliás e mais precisamente "que me saiba perder,para me encontrar"
É verdade Maria é preciso perdermo-nos imensas vezes até um dia...encontrar a "Fonte" que sacia...(A.R)
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