*** Sanctus...Sanctus...Sanctus *** E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite. Irm.Silencio

quarta-feira, 21 de março de 2012

Retiro na cidade - Reencontrar a vida


"Cura-te"


A Palavra de Deus


(imagem da net)


“Quero, fica limpo”


Evangelho de Jesus-Cristo segundo São Marcos,capitulo 1,versículo 41


A meditação


Esta ordem é verdadeiramente incrível. Jesus ordena a um leproso para se curar. Ora se há alguma coisa que esteja verdadeiramente fora do nosso controlo, é curar-se ou cair doente.


E pode ser que alguns de entre vós fizessem a experiência como é difícil curar-se, ou ainda mais curiosamente, aceitar curar-se. A rotina vai recomeçar, os horários, o trabalho.Quero retomar o combóio dos acontecimentos, sem ser mais o seu centro.


E quanto mais tempo se esteve doente, mais difícil é renunciar aos pequenos benefícios secundários a que se estava ligado.Certamente, estes pequenos arranjos  podem-nos ajudar a atravessar um período difícil, mas é preciso renunciar a eles, porque se começamos a tomar estas vantagens secundárias como sendo a verdadeira vida, estamos perdidos.


“Cura-te ! “. Seguramente, não nos curamos de certas doenças. Mas quando se renunciou a viver, aí está-se verdadeiramente certo que nunca se curará ! Então em certos casos extremos, fixar o objectivo na cura, é conseguir fazer um passo sòzinho, activar o telecomando da televisão, sorrir, escutar.


Em qualquer caso, fixar o objectivo na cura é sobretudo parar de justificar os nossos egoismos pela nossa doença. Não se fechar na tristeza.


Cultivar a generosidade. Inventar novas formas de serviço. Dar a sua vida, mesmo do fundo da sua cama. No fundo,curar, é encontrar a vida, não forçosamente a saúde. E esta vida, há que a dar. 



Traduzido de

5 comentários:

vp disse...

“Mas quando se renunciou a viver…”

Precisamente…. quando se renuncia e se coloca a nossa vida totalmente nas mãos de outros… (isso acontece quando outros ditam e constroem os caminhos da vida por nós)… é por essas e outras que continuamos e estamos ainda tão fragilizados nas nossas caminhadas como cristãos adultos que deveríamos ser…

… muitos, ao tentarem (e não o fazem por mal acredito mesmo…!)… ao tentarem cuidar e fazerem tudo por nós… sem se darem conta (ou dão…!)… acabam por nem nos deixarem viver até a nossa humanidade real… que está terrivelmente espartilhada num mundo de regras e legalismos que mata algum resto que exista ainda da liberdade de Espírito em nós…

Como pode uma criança aprender a andar se não for por ela mesmo e nas quedas que lhe acontecerão no caminho… é preciso libertar. .. é preciso confiar na Graça e menos nas “ditaduras” do espírito humano que bebe das sabedorias também muito humanas e por isso tão turvas…

”Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. (Filipenses 4,8)

vp disse...

”E esta vida, há que a dar.”….

Mas somos e devemos ser sempre nós que a damos… gratuitamente… não a “vendemos-trocamos” seja por qual preço for…

...e todos aqueles que tentam se “apoderar” dela por meios que nada têm a ver com Cristo, mesmo parecendo muito espirituais, mesmo assim:

“Ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema.” Gálatas 1:8

vp disse...

Por isso se diz tanto por aí que a Igreja está muito doente...

E agora este texto... e as enfermidades...ai Misericórdia...

um irmão. disse...

Um dado no DN de hoje:

”O número de participantes nas missas dominicais na diocese de Viseu diminuiu cerca de 23 mil desde 2001, de acordo com um recenseamento realizado em fevereiro, revelou hoje à agência Lusa o bispo Ilídio Leandro.

"Baixámos de 28,6 por cento de praticantes em 2001 para 19,9 por cento", referiu, acrescentando que os praticantes passaram de 70.752 para 47.375 nas paróquias já analisadas.

O bispo de Viseu realçou que "esta percentagem de praticantes a menos foi constante em todos os arciprestados" da diocese, o que poderá indiciar uma tendência nacional.”


Porquê esta diminuição…! Afinal o que leva as pessoas a estes abandonos…!

Não falei de enfermidades à toa… porque estive tão envolvido é que posso falar assim…

Esta partilha diz em determinado momento:

”Em qualquer caso, fixar o objectivo na cura é sobretudo parar de justificar os nossos egoísmos pela nossa doença. Não se fechar na tristeza.

Cultivar a generosidade. Inventar novas formas de serviço. Dar a sua vida, mesmo do fundo da sua cama. No fundo, curar, é encontrar a vida, não forçosamente a saúde. E esta vida, há que a dar.”


Também nestes dias mais duros e sombrios… também tento não me “fechar na tristeza”… e por isso reajo, ainda que vos pareça reacção ácida que o é não nego, mas “estrabucho”.. ao menos luto, para não me afogar …sobretudo não quero render-me.. baixar os braços… esperar que alguém vá AGIR por mim… ou DECIDA por mim… que me venha salvar se eu posso fazê-lo… esse “CURAR_ME”…

Jesus está sempre a dizer-me: “Queres curar-te?”…

Muitos abandonos acontecem porque não tornamos adultos na fé as pessoas que Deus nos coloca no caminho… sempre as mantemos bem ao género de “coitadinhos”… e eles quando estão “doentes” até gostam de ser o centro das atenções… alguns até fazem esporadicamente a manutenção dessas doenças… todos os conhecemos nas nossas comunidades… e depois, quando se “perde a paciência” e se tenta dar um empurrão para que essa gente se liberte e cresça, ai estão elas em força… ou insulto gratuito e ele é porque já não os amamos… ou as tais fugas para a frente… ele é cá uma sangria…!

Talvez esta seja uma das causas destes números agora da Diocese de Viseu e não só.. infelizmente é um mal geral…

Maria-Portugal disse...

Os números da diocese de Viseu têm mais a ver, como alguém disse, com a dificuldade em encher pelo Amor o que era enchido pelo medo.