
Em um belo dia da região montanhosa da Escócia, com céu tão claro como os olhos de uma criança, depusemos Rosie no solo, ao lado de seu marido e de seus filhos que a precederam. Um tocador de gaita de fole indicou o caminho da porta da igreja ao túmulo. Os rituais eram familiares, parte da experiência de fé da família, além da crença, e não precisavam ser constrangidamente explicados. As palavras e gestos significavam mais do que diziam ao pé da letra. Por alguns instantes, abriu-se um espaço, permitindo que a morte e a vida se entrelaçassem e, se você olhasse com cuidado na luz clara, era possível ver o que jazia do outro lado.
Pensamos que a realidade tem de ser articulada e registrada na memória, para ser mais tarde verificada. Entretanto, quando deslizamos através das ligações entre os pensamentos, a realidade torna-se uma presença, ou apenas presença. Assim que pensamos sobre isso ou persistimos nisso, ela se dissolve. "Ele desapareceu de nossa vista". Mas, de novo, logo que voltamos a um modo simples de estar presente aqui e agora, ela volta de maneira gentil e pronta.
Falar do 'outro lado' de modo algum é distorcê-lo com nossos próprios preconceitos. O que vemos à frente deve ainda estar aqui. Em mente desanuviada por completo, tudo está presente.
Os túmulos são muito naturais. Eles nos lembram de nossa humildade, que somos vasos de barro. Por mais que possamos decorá-los, qualquer que seja a graça natural ou o aspecto infeliz que tenham, esta verdade continua a ser a grande igualdade universal. Pode parecer que é muito cedo, nesta quinta semana da Quaresma, pensar sobre a Ressurreição; mas isso é o que, de fato, significa a Quaresma – aprender, preparar-se para ver e experimentar a presença daquele que, de uma vez, elevou-se acima e além dos confins da morte e do renascimento.
Nossa prática, nossa meditação, nossas vidas do dia a dia vividas em oração constituem todas as maneiras de purificar as portas da percepção para permitir que a visão da fé nos mostre o que está sempre presente. Não podemos encarar com fé nenhuma morte, incluindo a morte de nosso resiliente ego, sem aprender algo sobre a Ressurreição de Jesus, que é um de nós.
Laurence Freeman OSB
Pensamos que a realidade tem de ser articulada e registrada na memória, para ser mais tarde verificada. Entretanto, quando deslizamos através das ligações entre os pensamentos, a realidade torna-se uma presença, ou apenas presença. Assim que pensamos sobre isso ou persistimos nisso, ela se dissolve. "Ele desapareceu de nossa vista". Mas, de novo, logo que voltamos a um modo simples de estar presente aqui e agora, ela volta de maneira gentil e pronta.
Falar do 'outro lado' de modo algum é distorcê-lo com nossos próprios preconceitos. O que vemos à frente deve ainda estar aqui. Em mente desanuviada por completo, tudo está presente.
Os túmulos são muito naturais. Eles nos lembram de nossa humildade, que somos vasos de barro. Por mais que possamos decorá-los, qualquer que seja a graça natural ou o aspecto infeliz que tenham, esta verdade continua a ser a grande igualdade universal. Pode parecer que é muito cedo, nesta quinta semana da Quaresma, pensar sobre a Ressurreição; mas isso é o que, de fato, significa a Quaresma – aprender, preparar-se para ver e experimentar a presença daquele que, de uma vez, elevou-se acima e além dos confins da morte e do renascimento.
Nossa prática, nossa meditação, nossas vidas do dia a dia vividas em oração constituem todas as maneiras de purificar as portas da percepção para permitir que a visão da fé nos mostre o que está sempre presente. Não podemos encarar com fé nenhuma morte, incluindo a morte de nosso resiliente ego, sem aprender algo sobre a Ressurreição de Jesus, que é um de nós.
Laurence Freeman OSB
1 comentário:
Tudo já está consumado na cruz...
... agora só pecisamos aceitar ou não aceitar..está apenas e só nass nossas mãos... é uma decisão pessoal... ninguém a pode tomar por nós... vivemos das nossas escolhas...
.. colhemos das nossas decisões... ou enfermos da alma ou libertos definitivamente... não dá para passar por duas portas ao emsmo tempo...
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