Sobre um mal-entendido
«Bem-aventurados são os pobres pois é deles o Reino de Deus»
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas, Cap 6, vers 20
O dinheiro não faz a felicidade, toda a gente sabe isso; mas o que os pobres sabem muito bem, também, é que a miséria tampouco a faz. Jesus não é a vítima de uma ilusão romântica: o que nos faz felizes, não é a pobreza; é o Reino de Deus – mas são os pobres que o possuem. Pobres, quer dizer aqueles que são desprovidos das seguranças reconfortantes do mundo, privados do supérfluo que ocupa o coração em vez de o preencher. É preciso isso exactamente para ousar fundar a nossa felicidade sobre esta verdade simples: Deus ama-me infinitamente, sem condições. Este tesouro está ao abrigo das crises, e o nosso próprio pecado não no lo pode esconder: se nós o rejeitarmos, ele não estará nunca mais longe do que à porta do nosso coração.
Mas nós temos recebido bastante correio ou e-mails enganadores, prometendo-nos ganhos mirabolantes em lotarias imaginárias ou improváveis heranças exóticas, para não recebermos com prudência o tesouro de um Deus que ama gratuitamente. Seria mais reconfortante ter primeiro merecido este amor pelas nossas boas acções: o nosso pecúlio não seria talvez muito grande, pois nem sempre agimos bem, mas pertencer-nos-ia verdadeiramente; tê-lo-íamos ganho com o suor do nosso rosto, e não recebido por um mal entendido.
Deus não me ama pelo que faço de bom, mas por uma razão muito melhor, que nada tem a ver com mal entendidos: Ele ama-me porque sou quem sou, porque eu sou alguém infinitamente amável. E se me acontece muitas vezes duvidar disso, Deus, ele mesmo sabe-o bem: ele me conhece como se Ele me tivesse feito.
Traduzido de: http://www.retraitedanslaville.org/
1 comentário:
Vou acompanhando aqui e no original... bom trabalho Ana... que belas uvas para fazer VINHO NOVO...
bom dia e abraços no Pai a todos...
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