“Senhor, como tem crescido o número dos meus adversários! São numerosos os que se levantam contra mim. São muitos os que dizem de mim: Não há em Deus salvação para ele.” Sl 3,1-2.
Quando Jesus encontra morada em nós, todos os medos e as maldades do mundo dissolvem-se na terra como a poeira que deu forma a esses torrões de barro que fizeram parte de um edifício e que açoitados pelas ventanias da temporalidade, se desfazem como acontece com o barro seco quando recebe as chuvas dos invernos...!
E se as securas chegarem até nós, mesmo que caminhemos ao lado desses ribeiros do “Cedron” dos dias de sol e alegrias espirituais que nos antecipam a chegada dos desertos da alma, ainda assim o Senhor é o nosso escudo e salvação, a gruta-lugar onde encontraremos a força e o abrigo para restabelecer forças, sobreviver aos "ódios" dos “filhos” que “gerámos” e amamos como David com o filho Absalão! (Sl 3)… (Sl 55,13-15)
David sobreviveu em Deus porque a sua vida interior não estava desfragmentada! Embora o seu exterior vestisse a cinza da sua miséria humana, no seu interior a relação com o Senhor continuava firme ainda que carregado de dúvidas e medos que lhe alimentavam as fugas constantes!
Mas quem tem poder para reescrever a vida de um filho amado desviando-a do caminho aberto pelo Pai, quem, se como David, a escolha divina já havia sido traçada no coração de Deus!
Assim somos todos aqueles que mesmo caminhando com o coração cabisbaixo e a alma chorando nessas fugas constantes pelos desertos onde abundam as tentações e as quedas de seres fragilizados e pecadores que somos, ainda assim conseguiremos como David amparar-nos nas forças que a Graça nos vai oferecendo diariamente, para que a nossa alma suporte os combates e as securas dos desertos enquanto o nossos lábios vão repetindo incessantemente:
1 comentário:
Só mesmo abandonando-nos no colo do Pai...Beijinho
Enviar um comentário