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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Mar adentro...!


Sempre me fascinou o mar… essa força e vastidão que um dia uma criança quis recolher e conter nas suas mãos… é como se o Criador tivesse querido desenhar -lhe os limites desse abismo inesgotável onde as águas rebeldes e ao mesmo tempo pacificadas coabitam nesse sopro do “aquietai-vos”… para que todas as barcas que carregam a esperança possam encontrar a rota certa e segura até conseguirem chegar aos portos onde a vida os aguarda ansiosa para depois reenviar por todos esses caminhos da humanidade novos mantimentos para a alma e os corações …

Nele, nesse mar, tudo é “navegável”…

… o nosso olhar que mergulha e salta em cada onda que se atira faminta de abraços em direção a nós e que sempre recuam como que a convidar-nos a viajar no seu dorso até ao horizonte que esconde outros horizontes…!

… as nossas coragens e medos que nele mergulham e saltam por entre as espumas dessas “raivas” que tantas vezes nos assolam quando descobrimos as impotências que escondem em nós o desejo de dominar e controlar esse outro medo que está para além do medo da própria morte…!

… os nossos sonhos que se cruzam e se reflectem nos espelhos ali atirados pelos luares intensos nas noites em que os anjos fazem festa nos arraiais do firmamento e onde as estrelas e a lua esperam o convite da humanidade para mais um “tango do aleluia” ali jogados pelos olhares de todas as dores e sofrimentos da Terra…!

Nele, nesse mar feito tantas vezes coração-menino, esgotar o inesgotável dessa vastidão que sustenta o profundo infinito, é impossibilidade que se rompe em cada gota de água que distraída na corrida que faz no dorso das ondas acaba por ser jogada nas margens e ali fica naufragada a brilhar de orvalhos no rosto das crianças que brincam na areia da praia…!

Nele, nesse mar que a todos acolhe, navegamos em direcção aos perigos das tormentas que nos assaltam diariamente onde alguns seguem apenas atrás da multidão vivendo dos perigos de outros nesse fluxo das dependências que farão deles os eternos náufragos das tempestades alheias ao invés de fazer a aprendizagem que aquietará as suas fobias e medos, e a procura doentia do poder de Deus nessa escola das tormentas da fé onde o que mais importa não é saber ou ter poder para acalmar o mar, mas aprender a sossegar e aquietar o coração que navega na barca da vida açoitado por mares nunca antes navegados pela alma dos filhos de Deus…!

Nele, nesse mar, aprendemos que todos os marmotos que nos atiram para desesperos e loucuras, nascem somente no coração do homem e é também ali que eles podem encontrar pacificação, diluindo-se em quietudes e acalmias que desaguarão nesses oceanos pacíficos da alma de todos os navegantes que levam como leme da barca das suas vidas o Evangelho do Pai…!
 

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