Depois destes anos na Igreja, tenho aprendido ao longo da vida da Fé, que só o AMOR promove a comunhão entre pessoas dentro e fora dela. Sem amor, o máximo que pode acontecer é apenas alguns "ajuntamentos" com interesses que nada têm a ver com caminhos espirituais… bem ao género daqueles que funcionam como paliativos para a solidão ou outros caminhos que por aí abundam...! Sabem do que falo certamente!
A Igreja é como um "CORPO", e no corpo, como diz S. Paulo, o instinto não é a LEI mas sim o AMOR! Se o corpo fosse a lei, apenas haveria espaço para a culpa, e aí, certamente existiria muita razão em dizer que alguém era culpado do corpo estar doente e teríamos que encontrar um culpado! Mas o corpo, esse que tem como cabeça Cristo, quando sente a dor em algum dos seus membros, logo corre em seu socorro, ele não se preocupa em procurar um culpado, mas sim acudir-ajudar.... poderia "extremar" exemplos que abundam, como o da morte… reparem como reage o corpo quando enfrenta o perigo da morte ... é claro que ele reage até aos limites em busca de preservar a vida... e quem de nós ainda não passou por essa experiência!
No espírito que habita o corpo de Cristo que é a Igreja, não existe espaço para a “CULPA”, ele, o corpo, nem sequer quer saber disso, porque ele é um só. Os olhos podem negar-se a ver o pé que está ferido e sangra, mas a mão irá logo em socorro dele, mesmo que esse socorro seja apenas para abrandar a dor ou estancar o sangue, mesmo que não seja totalmente… e logo a boca pede ajuda, em busca de socorro… no corpo, todas as energias se unem para socorrer esse foco de dor e aflição! (é quando acontece Comunhão...)... e ela não existe apenas nos momentos em que tudo está bem... ela torna-se até "provocação" precisamente nos momentos mais dolorosos e difíceis que o corpo vive e partilha entre todos os seus membros...!
No corpo, só se irá aos limites de cortar um membro, ou sendo nós próprios a cortarmo-nos (separarmo-nos do corpo), se essa for a única e última possibilidade de salvar da morte o próprio corpo em perigo de vida…! No corpo, “cortes” precipitados de membros, farão com que o corpo viva no sentimento eterno da falta daquele membro em si mesmo!
Sabem, eu acredito que o corpo só será feliz, no dia em que conseguir viver sem precisar de sentir o próprio corpo! E estar bem no corpo é estar de tal forma bem que já nem se sente o próprio corpo como algo estranho, algo de fora mas totalidade de nós mesmos e em nós mesmos como corpo.
Muito ficará por dizer, mas o espaço não o permite, por isso, termino citando S. Paulo:
“Que o vosso amor seja sincero. Detestai o mal e apegai-vos ao bem. Sede afectuosos uns para com os outros no amor fraterno; adiantai-vos uns aos outros na estima mútua. Não sejais preguiçosos na vossa dedicação; deixai-vos inflamar pelo Espírito; entregai-vos ao serviço do Senhor. Sedes alegres na esperança, pacientes na tribulação, perseverantes na oração. Partilhai com os santos que passam necessidade; aproveitai todas as ocasiões para serdes hospitaleiros. Bendizei os que vos perseguem; bendizei, não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. Preocupai-vos em andar de acordo uns com os outros; não vos preocupeis com as grandezas, mas entregai-vos ao que é humilde; não vos julgueis sábios por vós próprios. Não pagueis a ninguém o mal com o mal; interessai-vos pelo que é bom diante de todos os homens. Tanto quanto for possível e de vós dependa, vivei em paz com todos os homens. Não vos vingueis por vós próprios, caríssimos; mas deixai que seja Deus a castigar, pois está escrito: É a mim que compete punir, Eu é que hei-de retribuir, diz o Senhor. Em vez disso, se o teu inimigo tem fome, dá-lhe de comer; se tem sede, dá-lhe de beber; porque, se fizeres isso, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.”Rom 12, 9-21.
Sem comentários:
Enviar um comentário