Há alguns meses atrás, participei de uma missa e fiquei agradavelmente surpresa com a maneira de o padre presidir, concentrando-se em seu papel de presidência, sem interromper a toda hora a ação ritual com explicações ou introduções, 'homiliazinhas', brincadeiras, ou reclamações, como tantas vezes se vê por aí, banalizando a liturgia, impedindo o mergulho no mistério celebrado. Depois da missa, fui agradecer pelo momento espiritual simples e profundo que nos havia proporcionado. E ele respondeu: "Aprendi com uma comunidade religiosa da qual fui capelão. Um certo dia, me chamaram e disseram: Padre, não fale. Deixe a liturgia falar!"
Deixe a liturgia falar! Entre no seu ritmo ritual, dialogal! Não interrompa o diálogo da Aliança entre a comunidade e o seu Senhor. Sinta-se incorporado na assembléia, como parte dela, em toda simplicidade e autenticidade, objetivamente, tranqüilamente, sem autoritarismo e sem se preocupar em 'agradar' ou 'motivar' a 'platéia' e ser aceita por ela. Assuma o papel da presidência de uma comunidade, orante, ouvinte, cantante..., celebrando com ela e não para a mesma. Deixe que a pessoa do Cristo transpareça por você, lembrando as palavras de João Batista: É necessário que ele cresça e que eu diminua... (Cf. Jo 3,30). O momento é sagrado! A ação é decisiva para nossa vida. Estamos em contato com a seiva de nossas raízes, estamos sorvendo o sentido de nossa vida e de nossa morte, de nossos amores e desamores, de nossos empenhos, êxitos e fracassos... Estamos diante do Senhor, para sermos transformados/as 'pascalmente' por seu Espírito.
Acredite profundamente naquilo que está realizando. Aprenda de cor os pequenos diálogos que fará com a assembléia, como a saudação inicial, a introdução ao evangelho, o diálogo inicial do prefácio, o convite à oração do pai-nosso, a apresentação do pão e do vinho eucaristizados, a bênção final... Não leia orações; mas ore, de verdade, ainda que use as palavras prescritas no missal. Não copie sua homilia da internet ou de algum subsídio, mas tome seu tempo para debruçar-se sobre as leituras bíblicas, procurando qual a Palavra viva do Senhor hoje para esta comunidade (da qual você faz parte!); não faça da homilia um discurso, mas uma conversa familiar em tom pessoal.
Não corra durante a oração eucarística, recitando-a de uma forma impessoal, numa corrida desenfreada a 'cento e vinte por hora', como se não tivesse valor nenhum, como se não fosse um diálogo com o Pai! Não destaque de repente as palavras da narrativa da última ceia, mudando o ritmo e o tom de voz, como se somente estas palavras valessem a pena a serem proclamadas e ouvidas. E lembre-se de que não se trata de uma fala dirigida à assembléia, mas ao Pai, lembrando o que seu querido Filho nos mandou fazer!
Não descuide dos preciosos silêncios previstos no decorrer da ação litúrgica, como um dos elementos essenciais para podermos descer até o fundo do coração e ouvir aí a voz do Pai. Deixe-se 'contaminar' pela fé e o fervor da comunidade.
Deixe a liturgia falar! Entre no seu ritmo ritual, dialogal! Não interrompa o diálogo da Aliança entre a comunidade e o seu Senhor. Sinta-se incorporado na assembléia, como parte dela, em toda simplicidade e autenticidade, objetivamente, tranqüilamente, sem autoritarismo e sem se preocupar em 'agradar' ou 'motivar' a 'platéia' e ser aceita por ela. Assuma o papel da presidência de uma comunidade, orante, ouvinte, cantante..., celebrando com ela e não para a mesma. Deixe que a pessoa do Cristo transpareça por você, lembrando as palavras de João Batista: É necessário que ele cresça e que eu diminua... (Cf. Jo 3,30). O momento é sagrado! A ação é decisiva para nossa vida. Estamos em contato com a seiva de nossas raízes, estamos sorvendo o sentido de nossa vida e de nossa morte, de nossos amores e desamores, de nossos empenhos, êxitos e fracassos... Estamos diante do Senhor, para sermos transformados/as 'pascalmente' por seu Espírito.
Acredite profundamente naquilo que está realizando. Aprenda de cor os pequenos diálogos que fará com a assembléia, como a saudação inicial, a introdução ao evangelho, o diálogo inicial do prefácio, o convite à oração do pai-nosso, a apresentação do pão e do vinho eucaristizados, a bênção final... Não leia orações; mas ore, de verdade, ainda que use as palavras prescritas no missal. Não copie sua homilia da internet ou de algum subsídio, mas tome seu tempo para debruçar-se sobre as leituras bíblicas, procurando qual a Palavra viva do Senhor hoje para esta comunidade (da qual você faz parte!); não faça da homilia um discurso, mas uma conversa familiar em tom pessoal.
Não corra durante a oração eucarística, recitando-a de uma forma impessoal, numa corrida desenfreada a 'cento e vinte por hora', como se não tivesse valor nenhum, como se não fosse um diálogo com o Pai! Não destaque de repente as palavras da narrativa da última ceia, mudando o ritmo e o tom de voz, como se somente estas palavras valessem a pena a serem proclamadas e ouvidas. E lembre-se de que não se trata de uma fala dirigida à assembléia, mas ao Pai, lembrando o que seu querido Filho nos mandou fazer!
Não descuide dos preciosos silêncios previstos no decorrer da ação litúrgica, como um dos elementos essenciais para podermos descer até o fundo do coração e ouvir aí a voz do Pai. Deixe-se 'contaminar' pela fé e o fervor da comunidade.
Sintonize com o Sopro de Deus, o Sopro de Jesus, o Espírito Santo, que ora e canta em você e em toda a comunidade. Ele nos une, a todos e todas, num só corpo e num só Espírito.
Tudo o que foi dito até agora certamente vale também para os outros ministérios litúrgicos: por favor, não interrompam a ação litúrgica com comandos e explicações; deixem a liturgia falar por si.
Tudo o que foi dito até agora certamente vale também para os outros ministérios litúrgicos: por favor, não interrompam a ação litúrgica com comandos e explicações; deixem a liturgia falar por si.
11 comentários:
Seria “perfeito” se assim pudesse acontecer….
Mas isso pressupõe uma “formação-entendimento” mínimo numa escola da Palavra que ainda não deu os seus frutos, basta verificar a forma de “estar” e a “ideia” que ainda sobra muito por aí nessas comunidades cristãs… e a Eucaristia é um sinal claro dos sintomas de ainda muita enfermidade ritualista, sem sabor a humanidades, caminhos onde o próprio Cristo foi beber na experiência divina da Encarnação…
Os Sacramentos vivem e acontecem sempre na nossa humanidade… impedi-la, essa humanidade e tudo o que ela carrega de SER e ACONTECER nas tentativas de ajustar à BELEZA dos rituais, correremos o perigo de apenas ficaremos pela que é importante mas não carrega nela a salvação… e é “castradora” do genuíno…
A SALVAÇÃO só acontece na HUMANIDADE… e a Eucaristia também só acontece na nossa humanidade que vai beber na humanidade de Cristo no partir do Pão...
Santo fim-de-semana a todos...
correcção:
Os Sacramentos vivem e acontecem sempre na nossa humanidade… impedi-la, essa humanidade e tudo o que ela carrega de SER e ACONTECER nas tentativas de ajustar à BELEZA dos rituais, correremos o perigo de apenas ficaremos pela
ESTÉTICA
que é importante mas não carrega nela a salvação… e é “castradora” do genuíno…
De acordo,de que servem os rituais se a alma estiver a milhas de Kms daquilo que para ela significa!...(Alma Rebelde)
Mas este espaço de recados é exíguo para tal tema, um dia destes escreverei algo mais alargado sobre o tema… o descanso está a dar frutos… mais acalmia interior e menos dores no corpo já gasto pela caminhada da vida… abraços no Pai…
abraços aos dois em casa...
Com o Pai caminhamos...
Como “aperitivo” para o almoço deste Sábado, dou-vos apenas uma sugestão provocadora:
Imaginem uma criança a correr no meio do corredor principal da Igreja em pleno momento do partir do Pão…! O que faria Jesus se fosse ele a presidir…? O que faríamos e fazemos nós hoje…?!!!
Será que não estamos a matar a BELEZA com outro tipo de beleza que construímos nos rituais que quase sempre a-parecem apenas como meio de aplacar a ira e satisfazer os “deuses” que se alimentam dos nosso medos eternos…!
Ando a trabalhar o tema dos MEDOS.. vamos a ver quando sairá do forno… nele pode ser que se desnude muito rosto encoberto das nossas almas…
É claro que a minha alma deleita-se à Mesa da Palavra e do partir do Pão… mas numa intimidade humanizada e humanizadora como aconteceu naquele Cenáculo… tudo o que passar dessa intimidade esvair-se-á envolvido pelos fumos de incensos e brilhos dourados que vestem apenas as vaidades humanas… e que se perderão esquecidos um dia nas memórias do homens… o que é eterno ficará sempre vivo… Tomai e Comei… Tomai e bebei…
cala a boca andarilho...
Este facto não é imaginado aconteceu mesmo....uma criancinha,bem pequena, correu para a lâmpada do Santissimo e depois de porfiados sopros,conseguiu apagá-la,pelo que contentíssima começou a bater palmas.
O que fariam?
"adorei essa da criança"... palmassssssssssssssssssssss aleluiaaaa...
que alegria quando um anjo desse à terra...
abraços no Pai...
um segredo..psium... conheço um sitio onde logo se iria organizar uma novena em reparação de tal acto …..
… isso nem era até lá muito mau para a alma, pelo menos colocaria as pessoas juntas a orar… o pior é quando outros actos precisam de ser reparados no coração dos homens feridos pelas desumanidades que abandonam… ninguém se recordaria de organizar uma uma reparação a esses esquecidos, os tais a quem um dia alguém chamou os “filhos de um deus menor”…
bom, silêncio agora e andeca para casa andarilho…
Bem...cheguei agora da aldeia e vim aqui, depois de falar com a Maria. Há alguns dias estive numa celebração eucarística onde se celebrava também um matrimónio, e o celebrante, antes de começar disse: "Deixem as crianças à vontade...elas estão no papel delas e não nos perturbarão, se estivermos também no nosso..."
E de facto assim foi, lá se ouviam umas corridinhas, uns choros a pedir a chucha, mas tudo parecia bem integrado, como que fazendo parte da celebração.
Gostei dessa celebração da Vida, nas suas diferentes manifestações...
Fico contente por o saber em período de "restauração" de energias, irmão!
Bjnh
Lila
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