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"A contemplação é, acima de tudo, consciência da realidade dessa Fonte."
"A contemplação é, acima de tudo, consciência da realidade dessa Fonte."
Bom, por onde começar tal desafio sem partir muito a "loiça"....!
E o que é a "realidade"... ou a "consciência" ...? Será que já percebemos ou apreendemos que o “mundo interior”, (vocábulos humanos), não está acessível à mente e à alma da forma como cremos, embora continuemos a agir como se fosse essa a realidade última?!!!
O que se passa hoje, é que, na maior parte das vezes, (talvez) imbuídos e influenciados por leituras “rápidas” e “simplistas” dos testemunhos escritos por tantos que viveram e experimentaram a vida contemplativa que conhecemos, e que à primeira “impressão” (ainda o cogito humano influenciado pelas sensações e informações geradas pelo interior ou exterior…!), “afirmamos”, sobretudo apoiados nas fontes “oficiais”, afirmamos por um lado, que estes alcançaram “graus” elevados, (medidas e valores apenas humanos), o que acho de certa forma arrojado... como se fosse possível quantificar ou medir a dimensão do Sagrado…!
Por outro lado, a partir do testemunho de pessoas como T.Merton... um S. João da Cruz, uma Teresa de Ávila ou outros, permitimos ainda hoje, que nos "eduquem" e "moldem" a nossa espiritualidade... e por aí além, vivendo estes caminhos apoiados num tipo (Tabela e fórmulas de oração contemplativa)... sem ao menos tentarmos entender, que com Cristo, cada vida vivida é única e irrepetível… e por isso não existem fórmulas (herméticas) de Lectio Divina e Ora e Labora, por muito que nos custe acolher essa realidade…
Por outro lado, a partir do testemunho de pessoas como T.Merton... um S. João da Cruz, uma Teresa de Ávila ou outros, permitimos ainda hoje, que nos "eduquem" e "moldem" a nossa espiritualidade... e por aí além, vivendo estes caminhos apoiados num tipo (Tabela e fórmulas de oração contemplativa)... sem ao menos tentarmos entender, que com Cristo, cada vida vivida é única e irrepetível… e por isso não existem fórmulas (herméticas) de Lectio Divina e Ora e Labora, por muito que nos custe acolher essa realidade…
A verdade é que, ainda que estas (formas e métodos da mente e da razão), tentem desmontar e descodificar os conteúdos, as existências e os seus limites, (falo aqui do tal mundo interior); a única forma de abrir as portas a esse mundo interior vem-nos somente pela PALAVRA que é a única a poder fazer a separação entre esse mundo e o mundo exterior; aquilo a que poderíamos definir de “ethos” num contexto mais “alargado" da definição que lhe damos... é a PALAVRA que nos lançará nos abismos da Graça, aquela que nunca se deixa quantificar ou codificar por linguagens verbais, corporais ou psíquicas que são meramente humanas...
“Na verdade, a palavra de Deus é viva, eficaz e mais afiada que uma espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do corpo, das articulações e das medulas, e discerne os sentimentos e intenções do coração.” (Hb 4,12).
Eu acredito que, para além da grande riqueza que não posso negar, das vidas, nos conteúdos sagrados que elas carregam de todos os que viveram e experimentaram a contemplação nas suas mil e uma formas que os nossos olhos conseguem enxergar e apreender, acredito que só poderemos aceder a esse mundo interior, quando penetrados pela PALAVRA que é o próprio Deus Encarnado!
È ELE que, através da sua Palavra, nos abrirá caminhos e nos purificará o olhar exterior e interior para que aí, sim, então a ORAÇÃO e a CONTEMPLAÇÃO genuína corram como rios de água viva e inundem o nosso ser plenamente, abrindo-nos ao diálogo (comunhão) com o próprio Deus, que é um dos fins, não o único, da contemplação!
Por mais que nos "pareça"... (aqui falo da realidade apreendida pelos nossos sentidos e desejos e que foi a “asneira” que os 3 Discípulos cometeram no monte da Transfiguração, impedindo-os de ver e contemplar verdadeiramente), nada é o que parece ser se não nos deixarmos Olhar por Deus… por mais que esses “Montes” estejam imbuídos das melhores experiências de contemplação que viveram e nos transmitem T.Merton e outros…!
Perdoem-me a “ousadia”, mas creio que esta questão e tudo aquilo que gira à sua volta, é o terreno onde habitam os maiores entraves à verdadeira contemplação, e que são geradores das “derrotas espirituais”, que levam muitos a abandonarem a vida contemplativa... e os que nela se mantêm, (podem ser até anos)… muitos desses, caminham apenas coexistindo num tipo de “limbo” existencial…!
Atrevo-me a falar assim, porque experimentei na pele ambas realidades e posso assegurar-vos que não foi nem tem nada a ver com as experiências que expressam tantas vezes esses “tratados” sobre contemplação e oração que abundam por aí…!
Não é por acaso... será que nunca pensaram porque é que os próprios Discípulos reconheceram que não sabiam orar e por isso pediram ajuda…?
Não é por acaso... será que nunca pensaram porque é que os próprios Discípulos reconheceram que não sabiam orar e por isso pediram ajuda…?
Nota à parte: T.Merton e outros(as), foram e são ainda inspiração para mim pelos caminhos da contemplação, mas a referência principal é a Palavra Encarnada… e ela está acessível e aberta a todos, jamais rodeada de clausuras ou muros, como se fosse uma árvore carregada de frutos mas que ninguém pode comer… nem os que a possuem nem os de fora… e por isso, tornámos essas linguagens tão distantes e estranhas para quem não pode experimentar-lhes o sabor… falo da contemplação e outros caminhos… são leituras preciosas mas parecem-se como pérolas encobertas por lama…
4 comentários:
Mas serem essas pérolas ,envolvidas em lama,é natural como em tudo o q diz respeito a humanos.Nada de estranho a assinalar.Nenhumas desilusões a receber.Nem sequer nenhuma louça a quebrar.
Não somos,nós próprios, um tesouro enterrado em barro?
Há que fazer saír a pérola da lama e o tesouro do barro por uma permanente oferta a Deus em Si e Deus nos outros.
Peço perdão pela construção da linguagem um pouco descuidada do texto (o tempo não me permitia reduzir o ritmo da escrita) por isso só agora acertei alguns erros no texto… quanto ao resto, peço-vos na caridade, que não esqueçam que é apenas uma opinião pessoal, sobretudo de alguém que já experimentou e viveu um pouco a realidade da contemplação nas suas variadas formas… só quis dar o meu contributo ao desafio lançado… pelo menos que possa abrir espaço à reflexão em nós e nos que nos lêem…
Abraços no Pai… e então… ao trabalho… a limpar as pérolas da lama e o barro que esconde o tesouro...como sugere..risos…
mas foi por concordar consigo que escrevi...assim os monges da Argélia que eram intímos de DEus na oração e adoração, mas também na entrega aos que deles necessitavam eram verdadeiros contemplativos.
Faziam como Jesus.
Sim percebi... eu não alterei o conteúdo, apenas corrigi algumas coisas que me pareciam pouco claras e distorcidas gramaticalmente.. se é que não fiz pior... risos.. mas leiam outra vez se puderem... grato pela vossa paciência...
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