Dos Homens e dos Deuses | ||||
Terca-Feira, 9 de Novembro de 2010 - 17:33:48 | ||||
Em 1996, sete monges da Ordem Cisterciense da Estrita Observância são raptados e assassinados em Tibhirine, aldeia aninhada na região argelina do Magrebe. É o culminar da escalada de violência que opõe o Grupo Islâmico Armado (GIA), extremista, ao governo que acusa de corrupto. O impacto deste horrível desaparecimento, cujos contornos exatos estão ainda por esclarecer, estende-se até aos nossos dias, levado agora ao cinema sob direção do realizador francês Xavier Beauvois. A obra, reconhecida com o Grande Prêmio do Festival de Cannes e merecedora da forte e comovida chuva de aplausos que encheram o Palais des Festivals na noite do passado 23 de Maio, é uma extraordinária ode à fé, ao amor ao próximo e ao espírito de serviço que cumpre, em estilo e estrutura narrativa, o despojamento do seu sujeito. Com efeito, é-nos dado comungar a forma abnegada como uma comunidade de homens lida com uma realidade adversa para a qual não contribui senão com a sua vocação de amor e dádiva. Uma vocação reafirmada ao arrepio das pressões externas para abandonarem a aldeia que servem à sua sorte. Sem ceder a tentações sensacionalistas, Beauvois desvenda aos nossos olhos o dia-a-dia daquele pequeno mosteiro de Tibhirine, dos seus sete habitantes e da pacata população da aldeia local, induzindo progressivamente o adensar do contexto violento que involuntariamente envolve uns e outros. Simples e acessível, a linguagem fílmica pretere o horror dos acontecimentos, trágicos, e da crescente violência, ao espírito com que aquela irmandade os enfrenta. Um espírito sustentado na sua extraordinária força e revitalizado na dúvida e fraqueza pela oração, pelo permanente desejo de união e comunhão, pelo tempo e oportunidade concedidos ao discernimento. Mais que um nefasto episódio da história política ou religiosa, estamos perante uma obra que nos propõe um caminho, pela busca do verdadeiro sentido da vida: o que os sete monges sacrificados, na sua fé cristã, encontraram, e que Xavier Beauvois tão bem percorre, alumiando-o para crentes e não crentes. | ||||
Fonte: Agência Ecclesia | ||||
Pastoral da Comunicação | ||||
E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite.
Irm.Silencio
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Ainda...
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9 comentários:
Sinto alguma estranheza, da “forma " tão cheia de leveza que a nossa Igreja fala sobre o filme... sobretudo nas paróquias e nos movimentos... perdem uma boa ocasião... nem sabem o que perdem… seja ao nível vocacional seja ao nível do evangelismo...
…que pena... boa oportunidade este filme para todos pararmos e meditarmos...
amanhã temos também o 1º grande encontro da Paróquia com um orador convidado para lançar o livro de S.Pedro e o tema... é um sacerdote e um dos melhores "cabeças" da diocese... a ver vamos o puxão de orelhas que vou levar... risos...
orem pela minha saúde... problemas novamente... começa a ser cicclico.. é como as estações... confio no Pai...
Santa noite com o Pai
sinto que será dolroso para mim tocar neste tema... por isso ando a adiar.. mas um dia escreverei algo sobre o que penso do filme e do tema.. agora, tempo para calar e meditar sobre o que aconteceu no meu coração ali naquela sala de cinema...
... uma coisa estou certo... não me importava nada de estar ali naqueles dias e fazer parte daquele grupo... nada mesmo... n por causa do martirio mas pela riqueza de sviver ali como verdadeiro monge sem clausuras de qualquere specie muito menos a do coração...
A propósito... não vai levar qualquer "puxão de orelhas", estou certa, porque o livro está bem estruturado e é interessante. Parabéns, isso sim. Poucas vezes as paróquias têm quem escreva textos, quanto mais livros. Vai correr muito bem!
Peço pela sua saúde.
Um abraço fraterno,
Lila
Grato Lila, as suas palavras chegam em momento certo... bem preciso de apoio mais do que puxões de orelhas ...risos... tento dar o meu melhor...
estivesse eu sózinho e à frente de uma Paróquia e as coisas seriam certamente mais fluidas.... mas os homens e a suas ingratidões humanas perduram nos tempos até ao dia do hoje... caminhemos... Deus conhece o coração de cada um...
abraços no Pai...
Tb estranho o silêncio inquietante da página central da Estrita Observância sobre o filme...
Há pequenos pormenores que ficam tão vivos:a ternura do Irm.Luc a marcar com risquinhos e desenhos a posologia para os doentes, que não sabiam ler.
O filme só está disponível em Janeiro no Amazon...vamos a ver se o consigo.
Ah....Ana prepara o avião para depois vires nessa altura....era bom um lanchinho cá em casa com os membros do corpo de Cristo disponíveis para o vivermos em conjunto.
Que acham?
isso seria fantástico... podermos rever juntos o filme junto (com um lanche) e partilha presencial... bem a recordar a igreja doméstica de Actos tão necessária e vital para os dias de hoje...
concordo plenamente e farei o possivel para estar presente.. se for organizado com tempo programo a vida aqui para n faltar...
irmãzinha... não esqueça que de certa forma, o filme coloca muita coisa em aberto e questiona até muito da vida monástica vivida hoje.. será que isso está a incomodar corações e por isso os silêncios dos que deveriam já se ter pronunciado...!
cheira-me a odores de "culpa" por aqueles lados ...!
ai pirolitos... melhores calares a boca...
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