*** Sanctus...Sanctus...Sanctus *** E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite. Irm.Silencio

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Vá para fora… … cá dentro!

Castelo do Sabugal

Soretelha (vista parcial)

Sortelha - Pelourinho

Capela de S. Tiago - Belmonte



As maravilhas da Beira profunda - I



Estamos em tempo de férias.
Os portugueses, afectados pela crise (económica, financeira… e de confiança no futuro), tentam por todos os meios abafar as suas angústias, gastando, às vezes sem critério, o que resta das suas economias – antes que o Fisco as leve, pela subida dos impostos, ou que o Governo venha sugá-las por meio de “portagens” que não havia, e outros artifícios, como a redução nas compartici-pações da Saúde, deduções no IRS, etc. E, assim, uma das vertentes em que resvalam as suas decisões, é a do Turismo. Viajam. “Morra Marta, mas morra farta!” – dizem. Tudo bem! Isso também ajuda a Economia a crescer. Só que, o turismo para lá das nossas fronteiras é uma espada de dois gumes. Vamos deixar lá fora os “Euros” que nos fazem falta. Gozamos, mas ficamos mais pobres. Fazer turismo, sim, mas… sigamos o slogan: “Vá para fora, cá dentro”. É mais vantajoso para o País, e há tanta coisa linda a ver por estas nossas terras!... Um Portugal desconhecido. Um Portugal naturalmente rico, belo, mas escondido!
Foi com este espírito que resolvemos fazer parte, mais uma vez, do grupo excursionista liderado pelo claretiano Pe. Barros de Oliveira. E, então, por aí além fomos desfrutando as belezas da paisagem do interior de Portugal, e animando a alma com o alegre convívio comunitário dos viajantes… Até porque, além da amizade que se constrói, há sempre lugar a alguma reflexão espiritual durante o percurso. Já lá dizia o saudoso Pe. Elói de Pinho, de tantas manhãs na Rádio Renascença: “Férias com Deus ao fundo”!
Desta feita, fomos para a Beira Interior, a Beira profunda, que nos leva até à raia de Espanha, cheia de castelos e pelourinhos, mas também de igrejas e capelas onde – se bem escutarmos – ainda podemos ouvir tantas orações ali levadas aos céus, por monges e religiosas consagrados à Caridade, como por gente piedosa que labutava nos campos ou pastoreava nas encostas verdejantes das serranias - em tempos que já lá vão, se calhar mais afeitos a Deus do que os de hoje.
Passámos por Viseu, numa manhã de chuva miúda, mas que não impediu de percorrer a sinuosa “Rua Direita”, e subir até à Sé, numa rápida visita àquele vetusto templo, granítico, austero, impressivo.
Continuámos a caminho da Guarda, que apenas bordejámos a nascente, para seguirmos até Belmonte, terra do descobridor do Brasil – Álvares Cabral. Não o encontrámos lá, pois já tinha partindo para o Além, há cinco séculos, mas lá se erguia a sua estátua, e até as pedras da rua falavam dele e da sua família… Fomos ao Castelo, e visitámos um muito antigo mas pequenino templo dedicado a S. Tiago. Todo o Belmonte nos fala de Cabral, dos Judeus, e das riquezas agrícolas das margens do rio Zêzere – pão, queijo, presunto, azeite.
A meteorologia já tinha feito amainar a “cacimbada” incomodativa que nos havia acompanhado, mas, mesmo assim, tivemos de procurar abrigo para almoçar, aqui, partilhando o farnel, e tagarelando.
Entretanto, e depois de um “pós-prandial” e breve descanso no aprazível jardim público local, partimos para Sortelha… Impressionante! Parece que o tempo parou, por estas terras. Entrámos, e percorremos, a pé firme, a célebre e histórica aldeia (intra muros) que competiu com Monsanto (1º. lugar) para o título de “Aldeia mais Portuguesa de Portugal”.
Desta granítica aldeia prosseguimos até ao Sabugal, em terras de riba-côa. Penetrámos no seu castelo (o castelo das cinco quinas), onde ouvimos uma descrição histórica ligada àquele monumento medieval, reedificado pelo nosso rei D. Dinis. Reza a tradição que foi no largo deste castelo que se deu o famoso milagre das rosas tendo como protagonistas a Rainha Santa Isabel e o rei D. Dinis.
Do Sabugal partimos para Idanha-a-Nova onde pernoitámos.

(Continua)

8 comentários:

Maria disse...

Lindo..lindo...lindo...bem gostava de ir às aldeias históricas...mas receio q a minha tonelagem abrande o passo aos outros viajantes,nas múltiplas subidas..e de maneira nenhuma quero ser um incómodo...e assim aguardo expectante as crónicas que escritas de uma maneira tão viva nos colocam nesses lugares de maravilha.
Obrigada ao Pai por os ter feito,aos antigos por os terem habitado e construído e ao VS por os partilhar

http://aurora2005.no.sapo.pt/index.html disse...

Oh Maria desculpa nem parece teu.Vai sim quando tiveres oportunidade.
A minha madrinha há pouco tempo confessou-me que onde errou foi não ter passeado mais quando o podia fazer sem as limitações da idade.
Tb fiz este passeio o ano passado,infelizmente não consegui disfrutar de tão belos momentos, por causa da saúde do António.
Mas mesmo assim consegui captar belos momentos.
Sem dúvida que desde o norte até ao sul todas as paisagens têm encanto e, conhecemos tão mal a nosso "cantinho" com a mania que lá fora é que é bom e bonito.
Um cunhado meu foi há pouco tempo à Baía e, disse-nos que não troca por nada os encantos daqui da Arrábida pelos sitios onde passeou.
Lamento é que algumas zonas turistícas sejam exploradas como o caso de Sintra.Em dois dias gastei tanto como gasto uma semana na minha terra e, fomos para o mais económico.
É inadmissível que tenha que se pagar entradas para visitar os parques....mas enfim....isso são contas de outro rosário...rsrs
Deculpem de tanta lenga-lenga...ehehe

Víctor Sierra disse...

Grato pelas vossas palavras. Vou continuar o "discurso" logo que possa...
Maria,
Como pode pensar assim uma peregrina da Terra Santa?!... Não acredito.
Aurora,
Com certeza. O nosso País natural (que muitos vão estragando) é uma riqueza: histórica, ambiental e cultural. E com tanta diversidade, de região para região!...
Saúde, para todos!

Maria disse...

rsrs eu vou contar como foi na Terra Santa...quando havia subidas a fazer a pé, o meu sobrinho,natural de Israel e lá residente, fazia uma exploração prévia e depois dizia-me-anda Tita(como me chamam)-até a Daniella(sobrinha neta de 2 anos) pode subir...era então que eu avançava confiadamente...rs.

Ora aí devem ser montes e mais montes,castelos e mais catelos para escalar e o fòlego não dá...

Maria disse...

ah esquecia...

Obrigada pelo ânimo!!!

Víctor Sierra disse...

Nem por isso, Maria... Só em Monsanto é que é mais custoso, mas, de vagar se vai ao longe. Aqui, a Margarida, no entanto, ficou a meio, na subida para o Castelo. Mas... aguardemos os próximos capítulos :) .
Paz e Bem, com bênçãos dos Céus.

Maria disse...

Ah....vejo que a Margarida é que me compreende!

Vinte quilos a menos
e então até subiria à torre de menagem!!!

@lm@ rebelde disse...

Quando subi ao alto de Monsanto, estava uma forte ventania,enquanto o guia dava as explicações históricas na subida,como sempre afasto-me do grupo porque a minha curiosidade em ver tudo é maior do que as palavras,mas mesmo assim consegui tomar atenção.
Estava num alto de um penhasco,quando o guia estava a comentar que naquele sítio era propício aparecem cabras selvagens,quando olho para outro penhasco lá estavam elas a espreitar,desato-me a rir porque as minhas "primas" gostam tanto de alinhar como eu em trepar penhascos.
Felizmente que o António não me acompanhou na subida....rsrs