*** Sanctus...Sanctus...Sanctus *** E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite. Irm.Silencio

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Em jeito de despedida


Mensagem catequética, por escrito, às crianças do 6º. ano (Profissão de Fé), na véspera da "Comunhão solene de Profissão de Fé"

Centro Pastoral dos Carvalhos
Paróquia de Pedroso

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Estás quase no fim de um longo percurso catequético que te ajudou a conhecer melhor a Deus, um Deus de Amor, que nos criou para sermos felizes, num Mundo que Ele também fez para nós.

Mas não para sermos felizes sozinhos. Antes, como membros de uma Família humana, onde todos somos irmãos, mesmo separados por longas distâncias geográficas. E uma Família, onde Ele – o nosso Deus – é o Pai, um Pai amoroso, generoso, misericordioso… Sempre a pensar em nós!
Podemos esquecer-nos d’Ele, mas este Pai nunca nos esquece. Está sempre de braços abertos à nossa espera… mesmo quando andamos “muito longe” d’Ele. Este, o projecto de Deus, desde toda a Eternidade.

De tal maneira nos ama, este nosso Pai celeste, que nos enviou o seu próprio Filho eterno – o Verbo, a sua Palavra – para se fazer nosso primeiro irmão, no Mundo em que vivemos: Jesus, o Cristo, Filho de Deus e Filho do Homem, porque encarnou no seio de uma virgem – Maria – por acção do Espírito Santo.

Este Jesus – o Messias (o Ungido, o Escolhido do Pai) – veio cumprir uma missão: dizer aos homens quem é Deus (um Deus que ama, que perdoa, que nos dá Vida), e revelar-lhes também quem é o próprio homem – imagem e semelhança de Deus criador.

Como diz a Epístola aos Hebreus: "Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho" (Epístola aos Hebreus, 1,1-2).

Este Jesus Cristo, Filho de Deus e nosso irmão pela sua humanidade, andou três anos percorrendo toda a Palestina ensinando, curando, ressuscitando defuntos e saciando a fome a multidões – gestos simbólicos do seu poder messiânico.

Como gesto supremo de Serviço e de Amor, mereceu para nós, com o sacrifício da sua morte redentora na Cruz, o perdão universal dos nossos pecados, e o regresso à graça divina - perdida com o pecado original dos nossos primeiros pais, no Paraíso ( Bíblia Sagrada – Génesis).

Redimidos pelos seus méritos divinos, recebemos por Ele e n’Ele a graça de sermos chamados filhos adoptivos de Deus, seu Pai.

O regresso do homem, da Humanidade, à Casa do Pai, opera-se na História desde Abraão, mas, especialmente, desde Moisés - Antiga Aliança -, que conduziu o Povo de Deus desde a escravidão do Egipto até à Terra Prometida. No Monte Sinai, Deus fez uma Aliança com o seu Povo, firmada nas Tábuas da Lei (os Dez Mandamentos): “Vós sereis o meu povo e Eu serei o vosso Deus”.

Com Jesus Cristo, e n’Ele, Deus firma uma nova Aliança com os homens – uma Nova e Eterna Aliança – que é selada com o Sangue de Jesus derramado na cruz. E Jesus deixa-nos um Mandamento Novo:

“Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”. (João 13, 31-35)

Dos seus discípulos Jesus nomeou doze Apóstolos (à semelhança das doze tribos de Israel); um deles entregou Jesus â morte (Judas). Jesus confiou a Pedro a missão de chefiar a sua Igreja, e disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela.

Antes da sua paixão e morte, Jesus instituiu a Eucaristia, na última Ceia das celebrações da Páscoa (Páscoa antiga), e disse: «Fazei isto em memória de mim». Com este gesto Eucarístico, Jesus tornou-se Ele próprio o Cordeiro do Sacrifício, numa Páscoa renovada (a nova Páscoa) – a passagem da morte à Vida, do pecado à graça divina, pela Redenção da Humanidade, e pela Ressurreição para uma vida que não tem fim.

Ao terceiro dia da sua morte Jesus manifestou-se vivo, ressuscitado, e apareceu às mulheres, que iam visitar o túmulo, e em seguida aos Apóstolos. Quarenta dias depois, despediu-se dos Apóstolos e deixou-lhes a missão de irem por todo o mundo, ensinar todas as gentes e baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E prometeu que estaria com eles (connosco) até ao fim dos tempos.

Cinquenta dias depois da Páscoa (Pentecostes), e dez dias depois da sua Ascensão aos Céus, estando os discípulos de Jesus reunidos no cenáculo, com Maria, desceu sobre eles o Espírito Santo, prometido por Jesus, e à maneira de línguas de fogo e de uma forte ventania (o fogo e o vento são símbolos do Espírito Santo). Ficaram, então, todos cheios do Espírito Santo, e com muita coragem e determinação para anunciar publicamente o Evangelho.

Depois da morte e ressurreição de Jesus, os Apóstolos, invocando o Espírito Santo, escolheram, dos discípulos, um outro (Matias) para substituir Judas.

Mais tarde, Jesus apareceu a Saulo (Paulo), que ia em perseguição dos cristãos. Jesus fez de Paulo um outro Apóstolo, para ir pregar o Evangelho aos pagãos (gentios).

As cartas de Paulo (Epístolas) fazem parte do Novo Testamento e são preciosas para conhecermos a Igreja nascente nos primeiros tempos do Cristianismo.

Pelo Baptismo, fomos admitidos na Igreja de Jesus Cristo, e pelos Sacramentos (BAPTISMO, CONFIRMAÇÃO, EUCARISTIA, RECONCILIAÇÃO, SANTA UNÇÃO, ORDEM E MATRIMÓNIO),
Ela se estrutura e vive, fortalecendo a nossa vida espiritual, para cumprirmos a nossa missão no mundo como Cristãos.

Assim fortalecidos, damos testemunho de Jesus Cristo no meio em que vivemos; a Igreja, segundo S. Paulo, é o Corpo Místico de Cristo, de que Ele é a Cabeça e nós os membros. Então, podemos dizer com o Apóstolo:

«Já não sou eu que vivo; mas é Cristo que vive em mim” (Gal. 2, 20).

5 comentários:

Ana Loura disse...

Ora aí está um excelente "resumo" do Credo a que os jóvens responderam professando a Fé. Posso copiar e guardar para usar com os meus meninos quandon oportuno?

Abraço fraterno

Maria-Portugal disse...

Uma breve história da salvação com termos próprios para as idades,mas sem caír em infantilismos.

O Senhor da Vida lhes dê a graça de perseverarem!

Víctor Sierra disse...

Grato pelas vossas apreciações.
Tive um "miúdo", muito esperto e ajuizado, apesar de um pouco "hiperactivo" - como agora se diz -. que no dia seguinte, antes de entrar na Igreja, me disse: "já li o que o sr. V... escreveu. Está muito bem." Perguntei: gostaste? Respondeu que sim.
Tenho pena de deixar estas almas viçosas...
"O Espírito do Senhor fala onde quer, como quer e quando quer". Graças a Deus!
Claro que podes usar, Ana.
Abraços.

ladoalado disse...

Que magnífico trabalho tem vindo a desenvolver, V.S.. Tem, como a videira, a acrecida força da produção dos frutos na maturidade da vida.
Acredito que os "seus" jovens ficarão "marcados", se não pela força das palavras, certamente pelo testemunho de fidelidade que em si transporta.
Em breve lhe escreverei, que já longa vai a minha falta.
Um fraterno abraço, com alegria e admiração.

Víctor Sierra disse...

Grato, "ladoalado", pelas palavras amigas... Todo o mérito é do Senhor, que põe o Seu Espírito a iluminar as tarefas que nos encomenda. "Sem mim, nada podeis fazer" - diz-nos; e também: "Eu sou a videira, vós os ramos..." - e só daremos fruto se permanecer-mos unidos a Ele. Esta, a nossa grande responsabilidade e o nosso primeiro cuidado.
Bênçãos do Céu para todos os de sua casa! Abraço fraterno.