A CULPA é ainda para muitos a origem do caminho certo para a fuga que carrega-executa-organiza “montes” de acções e de bens executados sempre em função de…, como quem busca manter provisões certas para chegar com todas as certezas e sem falhas que possam de algum modo impedir ou atrasar a sua entrada no Céu…! (não me estou a referir aqui àqueles cristãos ou não cristãos, que andam por esses cantos mais escondidos ou menos escondidos do mundo a dar a sua vida pelos outros e são mesmo muitos... não duvido…!)
É muito estranho….! Nunca entendi muito bem, porque os supostamente “fortes” nunca precisam da ajuda destes que tanto fazem por ajudar os mais frágeis…! Será mesmo que não existirão necessidades tão vitais também para estes tais fortes que não se relacionem apenas com alimento ou vestir ou outros meios mais ligados à caridade bem ao estilo de quem possuí o seu grupinho pessoal de pobres às terças e quintas, para ir exercendo assim a sua caridade…. mas alto aí, ela, a chamada caridade, tem que ser programada porque a disponibilidade não é muito e outras coisas ocupam o tempo de quem a executa de tal forma…!
Palavra que ainda também não entendi lá muito bem… tantas vozes por aí a justificarem a benevolência e a desculpabilização do mal que se pratica perante o peso do bem que se faz… recordo um pedaço do texto do Daniel Sá (http://www.azoresdigital.com/ler.php?id=1954&tipo=col) que originou esta partilha:
“Se houve a aberração de duzentos surdos abusados por um padre abjecto, ele passa a ser "a Igreja". Mas duzentos mil moribundos retirados das sarjetas de Calcutá, para morrerem nos braços das Missionárias da Caridade de Madre Teresa, não contam para as estatísticas do bem.”
Ó Daniel…. "tentar" convencer-se a si próprio e aos que o lêem que o abuso de duzentas crianças surdas pode atenuar-se e até apagar-se da memória dos homens pela contraposição de milhares de moribundos retirados das sarjetas… nem lembra ao….! O pior… o mais grave ainda é a frase ali exposta a terminar tal pensamento: “...não contam para as estatísticas do bem”.
Sim caro Daniel, já percebi tudo… o que importa é a quantidade! O que trabalha para as estatísticas da santidade que oferecerá um lugar certo no Céu, (porque o saldo da conta do bem executado está no positivo e não no vermelho), é o número de almas salvas e não a reparação do mal feito a elas…!
Sinceramente… ó Daniel, já nem me espanta a dúvida que levanta no seu texto sobre o número de vítimas: “E se há cerca de trezentas mil crianças, cálculo talvez exagerado, abusadas anualmente na Alemanha, só importam para a estatística da vergonha as vítimas de instituições católicas.” .. o que me indigna é a hipocrisia dos bons.. dos que se julgam únicos na realização do bem…!
Bem dizia Bento XVI que os piores ataques e inimigos da Igreja estão e vem e dentro dela… percebe-se claramente porque tal afirmação vem de quem é líder espiritual de tantos, e verdade seja dita, são muitos mesmos, aqueles que vivem para os outros dando tudo até a sua própria vida… mas infelizmente também abundam os fariseus dos nossos tempos espirituais…!
Melhor seria calarem e silenciarem o coração ainda tão cinzento de hipocrisias tais escritores-defensores que julgam estar assim a prestar um bom serviço à Igreja…!
Sei e estou consciente que existem muitos que se aproveitam da miséria humana para fins menos claros e até malévolos, e os media não estão inocentes nisso, seja nos USA ou em qualquer outro lado do mundo, mas isso não justifica outro tipo de resposta que acaba por será tão enferma como a que originou a reacção do que responde…!
Ó Miserere… Nunca se viu tantas barbaridades escritas como nos nossos tempos..! Quem nos acode e nos libertará destes novos Quijotes e Sanchos Panças que andam por ai a cavalgar furiosos e a toda a brida com as suas lanças feitas de computadores modernos, por causa das novas cruzadas que desejam realizar para salvar o tal mundo podre:” O Mundo está podre.”
"Muitos, naquele dia ,hão de dizer-me: Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demónios em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente; nunca vos conheci! Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade. (Mateus 7.22-23)
5 comentários:
Ana, obrigado pela tua partilha... ainda que de alguém que escreveu tão absurdamente...
Respondi ali num comentário, mas senti que devia desenvolver mais aqui, por isso deixo esta partilha... como construção e crescimento que todos tanto precisamos no nosso coração...!
Abraços a todos... orem por mim..
bom dia .. Maria, Ana, Lila e Aurora, enviei email. alterações de última hora... abraços no Pai...
""Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9)
...não há justiça sem verdade...
não há misericórdia sem reconhecimento do pecado em nós...
não há perdão sem primeiro existir vontade de reparar o que origina a necessidade do perdão...
"Não há um justo, nem um sequer." Rm.3.11
Victor, nada justifica nada. Mas, creio que não terás entendido o objectivo do texto. Daniel não desculpabiliza ninguém, apenas chama a atenção para o facto de que quando há erros cometidos por membros da nossa Igreja as pessoas atiram-se a ela (Igreja) como gato a bofe, quando há coisas boas, os mesmos ignoram-nas (esta atitude é tomada também por pessoas de dentro da Igreja). Tomo a liberdade de fazer chegar ao Daniel o teu texto para que rebata, se assim o entender.
Abraços fraternos
Ana
bom dia Ana e todos..
Sim eu entendi... e li mais que uma vez o seu texto.. achei bem partilhares o texto resposta com o Daniel... pode enriquecer-nos a todos o diálogo que é só o que se passou comigo aqui, não são juízos mas tentaviva de comunhão aberta, não encerrada apenas num ponto de vista...
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