E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite.
Irm.Silencio
quarta-feira, 19 de maio de 2010
“Paradoxos do nosso tempo”
O paradoxo do nosso tempo consiste em termos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos; estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos.
Gastamos mais, mas temos menos; compramos mais, mas desfrutamos menos.
Temos casas maiores, mas famílias mais pequenas; mais comodidades, mas menos tempo.
Temos mais graus académicos, mas menos entendimento; mais conhecimento e menos poder de discernimento; mais peritos, mas ainda mais problemas; mais medicina, mas menos bem-estar.
Bebemos muito, fumamos muito, gastamos de forma perdulária, mas rimos muito pouco; guiamos muito depressa, mas irritamo-nos muito facilmente; deitamo-nos muito tarde… para acordarmos muito cansados; vemos muita televisão, mas lemos muito pouco; desejamos que Deus nos ajude, mas só muito de vez em quando rezamos.
Multiplicamos as nossas posses, mas reduzimos os nossos valores.
Falamos muito, raramente amamos, e odiamos com muita frequência.
Aprendemos a ganhar dinheiro para viver, mas não aprendemos a viver.
Adicionamos anos à vida, mas não damos vida aos anos.
Já fomos à Lua e dela voltámos, mas temos dificuldade em atravessar a rua para ajudar o nosso vizinho; conquistámos o espaço exterior, mas desprezamos o espaço interior; fizemos coisas maiores, mas nem sempre coisas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominámos o átomo, mas não os nossos preconceitos e maus instintos; planeamos mais, mas realizamos menos; aprendemos a viver depressa, mas não aprendemos a esperar.
São os tempos dos dois salários, mas de mais divórcios; das casas mais luxuosas, mas de lares desfeitos; são os dias das viagens rápidas e de “baixo custo”, mas também das fraldas descartáveis, dos valores morais descartáveis, das gravidezes descartáveis.
Comovemo-nos diante da ternura dos bebés ao colo de suas mães, mas legalizamos o aborto às mães que não querem ter bebés.
Extasiamo-nos pelo incremento estatístico do número de mães adolescentes, mas descuramos a educação do amor humano e ridicularizamos o valor da virgindade, distribuindo preservativos pelas escolas.
Estamos num tempo em que se ridiculariza a castidade, se desvaloriza a fidelidade matrimonial; mas promovem-se as uniões de facto e institui-se o casamento de pessoas do mesmo sexo.
O nosso tempo dá “pouco tempo” aos pais para cuidarem da infância dos seus filhos, e muito menos tempo aos filhos para dedicarem à velhice dos seus pais.
Ontem, erradicámos a tuberculose, a varíola, e outras doenças infecciosas, mas, hoje, distribuímos gratuitamente seringas nos bairros degradados e abrimos “salas de chuto” para que os viciados na droga… se “matem”… em segurança.
São os tempos da comida rápida e da digestão lenta; dos homens grandes e dos caracteres pequenos; dos grandes lucros e das relações superficiais; dos escandalosos prémios de gestão empresariais, e dos baixos salários do trabalho comum, cada vez mais escasso e explorado.
São os tempos dos mega-empreendimentos e das grandes despesas públicas sem retorno, enquanto se calcula que no mundo haja cerca de cem mil milhões de pobres, dos quais mais de 750 milhões vivem em zonas urbanas sem habitação adequada e sem infra-estruturas básicas.
Vivemos no tempo em que o homem constrói naves espaciais para percorrer o espaço sideral, mas cada vez mais ele ameaça a sua sobrevivência e o equilíbrio ecológico no planeta em que vive – uma muito mal tratada «nave» do Universo.
Vivemos no tempo em que os homens gastam milhões para encontrar a mais ínfima partícula origem da matéria, mas sentem relutância em penetrar, de graça, a infinitude do Espírito; buscam o primeiro momento da Criação, mas desacreditam da sua autoria, e nada dizem da sua finalidade.
É o tempo em que o homem que não acredita em Deus, procura a todo o custo ser, ele próprio, deus – pelos caminhos da riqueza, do poder, da soberba dominadora.
………… ………….
(Texto adaptado, com a devida vénia, do tema de estudo das ENS – ano 2009/2010 – Terceira Reunião, nº. 3).
V.S.
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2 comentários:
Amado irmão... o homem... sempre o homem... e as suas contruções ao que o espiritual também não escapa...
Bom... caminhemos... algum rumo encontraremos com Cristo ...todos ...no meio desta confusão de caminhos tão humanos...
Li que o Papa diss ao ser-lhe perguntado quantos caminhos havia para Deus ,que ele respondeu:"Tantos quantos os homens".
Assim mesmo aqueles que se dizem ateus ou agnósticos não sou tão pronta a julga-los como querendo ser deuses, mas sim que negam um certo deus,por desconhecerem o Verdadeiro,que é muitas vezes anunciado,mas negado pela prática.
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