Foi para a Liberdade que Cristo vos libertou!

Quantos de nós já lemos e oramos tantas vezes estas palavras: “Foi para a Liberdade que Cristo vos libertou!” Gal 5, 1.... no entanto...!

É tremendo... como é que depois de dois mil anos, depois de já sabermos-acolhermos a RESSURREIÇÃO, continuemos, (acredito que muitos sem nos darmos conta disso…!), a cair na idolatria da crença… que vai “exigindo” de nós todas as formas possíveis e imaginárias que nos sustentem as nossas inseguranças e as nossas impossibilidades de ver mais além… ao contrário daquilo que é Fé genuína, aquela que nos faz caminhar no meio do invisível, sem o apoio de “materialidades” sejam elas construídas por pensamentos ou outros...!), “convencidos…!”, como quem carrega na mão das certezas humanas alguma luz que rompa a escuridão das muitas noites da Fé daqueles que caminham sobre abismos de inseguranças espirituais na vertigem da LIBERDADE que nos sopra com força todos os ventos que desejam derrubar os nosso medos e inseguranças….

Andamos há anos a escutar esta “BRISA” (às vezes são mais tempestades que brisa.. mas…!) do sopro do Vento do Espírito Santo sussurrando-nos ao coração exactamente aquilo que os Discípulos ouviram quando ficaram a olhar para o alto vendo Jesus partir… E o Senhor lá nos vai repetindo dia após dia as mesmas palavras:  

Tu podes caminhar sozinho… tu consegues caminhar por ti sem precisares mais da certeza do palpável… (ainda sabendo que Eu continuo presente nos teus irmãos…Mt 25)… vou para o Pai mas não vos deixarei órfãos… (do Espírito Santo que vive e está para além de qualquer matéria, o tempo agora é de caminhar sem as muletas do olhar… ou então, porque não ficou Jesus-homem entre nós para sempre.. desculpem, estou a pensar alto…!)… vá Filhinho… Filhinha… levanta-te e anda por ti mesmo…

Mas parece que, e aqui que me perdoem, parece que gostamos de ser e continuar “paralíticos” em tudo o que somos para o resto das nossas vidas…! Parece que somos atraídos por todas as doenças dos eternos “Tanques das Betesdas” que as nossas crenças religiosas montaram e se encarregam de dar manutenção para que as engrenagens que alimentam e dão à luz todas as prisões da alma não parem nunca…!  

O Apóstolo Paulo aborda num capítulo inteiro exactamente esta questão e as consequências-resultados  de quem busca esse caminho … e olhem que ele fá-lo com muita dureza… basta ler… peço-vos até que leiam todo o 1ºCapítulo da Carta aos Romanos para entenderem do que estou aqui a tentar falar…!

Por mais que nos magoe ou neguemos, a verdade é que, quem constrói, sustenta e alimenta todas as dinâmicas do sagrado somos nós próprios…! E se não descobrimos ou percebemos ainda essas dinâmicas do sagrado, será bom começarmos a percebê-las, ou pelo menos a pensar na forma como elas funcionam…! Deixo apenas aqui algumas pistas sobre essas dinâmicas, o espaço não permite uma abordagem mais longa, tentarei noutra partilha…!

Se ainda não se aperceberam-repararam…  parem um pouco e pensem… reparem bem como estas dinâmicas do sagrado são paralisantes… a maior parte delas vive da “inércia”… nem imaginam como elas se tornaram e são tão paralisantes…!  

Ao contrário, aquilo que é SANTO, é algo vivo, dinâmico é absolutamente novo… é próprio… quando chega em nós ou entra em nós, responde ao acto, no momento, assumindo o que é e se não é, faz para o ser… ainda que vá contra a corrente do mundo…! Assume a sua própria transformação recriando-se como parte da Criação… não  é mais passivo mas sim co-criador com o Pai… até mesmo no plano da sua própria Salvação…!

Vou ficar por aqui… é melhor travar o meu coração agora… voltarei numa próxima oportunidade assim o coração queira abrir-se a este caminho tão fracturante e ao mesmo tempo tão LIBERTADOR…!

Que nunca me falte a coragem de deixar-me usar por Deus, mesmo que para muitos pareça absurdo o que escrevo… alguns dirão até que enlouqueci… para não escrever aqui palavras mais feias que outros possam estar a soletrar no seu coração... risos… que o Senhor nos ampare a todos na caminhada da Fé.