A história do padre dos sete ofícios
01h09m
MIGUEL GONÇALVES
João Paulo Vaz é padre, motard, cantor/compositor, escuteiro, capelão hospitalar e responsável por quatro paróquias em Coimbra. Já vendeu mais de dez mil discos e deu quase uma centena de concertos. Usa a música para atrair mais fiéis à Igreja.
Se há expressão que define João Paulo Vaz, de 39 anos, é a de "homem dos sete ofícios". Padre há 14 anos, é também cantor, guitarrista, letrista, compositor musical - acaba de editar o seu quarto CD de originais -, motard, capelão do Hospital Rovisco Pais (Tocha, Cantanhede), dirigente regional de escuteiros, responsável por quatro paróquias e secretário diocesano da Pastoral Juvenil de Coimbra.
"Sou um padre moderno, mas com princípios tradicionais. Não gosto do velho conceito de 'senhor prior'. Cultivo uma relação informal com os paroquianos, mais 'tu cá, tu lá', mas sempre num quadro de respeito mútuo. Se for preciso vou beber uns copos, à noite, a um bar, com os jovens, consciente de que isso joga a favor da Igreja, porque na missa seguinte eles estão lá comigo, a cantar, a rezar", afirma João Paulo Vaz.
O padre de Outil, Portunhos e Sanguinheira (concelho de Cantanhede) e Bom Sucesso (Figueira da Foz) diz que desde que assumiu aquelas paróquias as igrejas locais ficaram mais cheias. "Procuro falar a linguagem dos jovens, ir ao encontro deles, não impor um discurso ultrapassado", explica. Talvez por isso, algumas paroquianas se sintam atraídas pelo jovem padre, conforme o próprio reconheceu ao JN.
Nas eucaristias, João Paulo Vaz toca poucas vezes guitarra. "Só em ocasiões muito especiais, porque não quero banalizar essa outra faceta. Nos concertos, onde toco e canto as minhas canções, é que aproveito para passar a mensagem de Cristo e, dessa forma, tento captar novos fiéis", assume.
O padre-cantor já vendeu mais de dez mil discos, deu quase uma centena de concertos e sempre com uma multidão de gente a aplaudir.
Sobre a sua faceta de motard, João Paulo Vaz diz que quem lhe acha mais graça são as devotas mais idosas. "Em Portugal, creio que existem apenas cinco padres motards, daí a admiração dos paroquianos".
Mas esta sua postura de modernidade não se fica por aqui. João Paulo Vaz admite que um homem casado possa ser ordenado padre e acredita que "a Igreja não tardará a ordenar mulheres".
In: Jornal de Notícias
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