Havia este testemunho no blog "Confessionário de um padre" que transcrevo: "
Caríssimo Padre, Passo pelo seu blog de vez em quando... desta vez não resisti. Queria apenas dizer-lhe que, todos, seja qual for a nossa vocação, passamos por momentos de cansaço em que nos sentimos presos e onde o coração reclama uma falsa liberdade que - bem o sabemos cá dentro - não o levaria a seguir a Ele mas a procurarmo-nos a nós mesmos.
Se este é um local de confidência, deixe-me fazer-lhe uma. Tenho 30 anos, sou casado e pais de três filhas (4, 2 e seis meses)sou professor universitário e preparo a minha tese de doutoramento. Para além disso exerço uma profissão liberal necessária para o sutento e educação dos meus... Por vezes chego a casa esgotado. Subo as escadas de mansinho...abro a porta: gritos - a do meio bateu na mais velha, a mais velha faz uma birra, a mais nova chora com fome, a minha mulher está com os nervos em franja, é preciso dar banhos, jantar, brincar no tapete da sala e deitar a criançada... lá para as 21h30 haverá sossego para ainda acabar uma tarefas...
Às vezes apetece-me fugir, dar dois berros, reclamar o meu descanso, o tempo para aquele livro, para aquela conversa, para poder investigar fora, etc...
Mas aquele é o meu lugar, onde me entrego aos outros e por eles a Deus.
6h30 da manhã: toca do despetador. A noite foi péssima. A mais velha tem uma otite, a do meio vomitou e a mais nova tem os dentes a nascer...
Levanto-me e arranjo-me. 7h00 entro numa Igreja para estar 30m a só com Deus e assitir à Santa Missa(sem a missa não viveria!)... Muitos vezes estou ensonado - que importa, estou por amor! - e só Lhe consigo dizer: Jesus, meu Jesus, estou cansado... quero oferecer-Te todo o meu dia, cada palpitação, para Ti, por amor... e quando à noite regresso a casa e subo as escdas de mansinho vou muito feliz, totalmente feliz: sei que me estou a dar em holocausto, até à última gota.
E enquanto afino a voz para uma canção que anime a minha mulher vou dizendo baixinho: Jesus, que eu faça boa cara... Um abraço"
Realmente creio que há muitas formas "de branquear a túnica no sangue do cordeiro"
3 comentários:
o sacerdócio diário... o altar da vida é realmente o altar mais real e sagrado para aí se entregar a vida total... grande testemunho... impressionante nos dias de hoje.. grato
Obrigada, MAria!!!!!!
Que maravilha, este testemunho! Mutatis mutandis, este texto é um pouco da vida de cada um de nós. Ainda bem que há faróis, como este, a iluminar o nosso caminho (purgante), e a partilhar connosco a coragem de viver.
Deus vos abençoe a todos!
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