Quando, a partir de uma fogueira, acendes outras fogueiras em vários locais, a primeira nem por isso diminui de intensidade. [...] O mesmo acontece com Deus e o Seu Messias, que são um, permanecendo embora na multiplicidade dos homens. O sol também não diminui de intensidade pelo facto de a sua potência se difundir sobre a terra. E quão maior é a força de Deus, dado que é pela força de Deus que o sol subsiste. [...]
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Moisés tinha dificuldade em conduzir sozinho o campo de Israel; então, o Senhor disse-lhe: «Reúne junto de ti setenta homens entre os ancião de Israel. [...] Então retirarei parte do espírito que está sobre ti a fim de o pôr sobre eles» (Num 11, 16-17). Quando retirou parte do espírito de Moisés e os setenta homens ficaram cheios dele, o de Moisés diminuiu de intensidade? Alguém se apercebeu de que ele tinha menos espírito? Também o bem-aventurado Paulo diz que Deus partilhou o Espírito do Cristo-Messias e O enviou aos profetas [do Novo Testamento] (1Cor 12, 11.28). Mas o Messias nem por isso ficou lesado, porque o Pai deu-Lhe o Espírito sem medida.
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É neste sentido que o Cristo-Messias habita nos crentes. E em nada é lesado por ser partilhado com a multidão, porque foi o Espírito de Cristo que os profetas receberam, na medida em que cada um podia tê-Lo em si. E ainda hoje é este mesmo Espírito do Messias que é derramado sobre toda a carne, para que homens e mulheres, jovens e velhos, servos e servas profetizem (Jl 3, 1; Act 2, 17). O Messias está em nós e o Messias está no céu, à direita do Pai. Não recebeu o Espírito com limitações; pelo contrário, o Pai amou-O e tudo entregou nas Suas mãos, dando-Lhe poder sobre todos os seus tesouros. [...] E Nosso Senhor diz também: «Tudo Me foi entregue por Meu Pai» (Mt 11, 27). [...] E o apóstolo Paulo conclui: «Quando se diz que tudo Lhe está sujeito, é claro que se exceptua Aquele que Lhe sujeitou todas as coisas. E, quando tudo Lhe estiver sujeito, então também o próprio Filho Se submeterá Àquele que tudo Lhe submeteu, a fim de que Deus seja tudo em todos.» (1 Cor 15, 27-28).
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Santo Afraate (?-c. 345)
Monge e bispo em Niinive, perto de Mossul, no actual Iraque
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4 comentários:
Sim nunca diminuirá o fogo, mas às vezes, há gente que teima em acender o "fogo" apenas com "acendalhas" que nada trazem nelas a essência da madeira recusaram e que deu forma ao fogo original... é esse o maior problema quando existe tal dispersão provocada por mão de homens...
Mas talvez isso também reflicta aquilo que o Senhor deixou escrito:
"«Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado!...Julgais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não, Eu vo-lo digo, mas antes a divisão." Lucas 12,49;51.
corrigi:
Sim nunca diminuirá o fogo, mas às vezes, há gente que teima em acender o "fogo" apenas com "acendalhas" que em nada trazem nelas a essência da madeira que recusaram, aquela que deu forma ao fogo original... é esse o maior problema quando existe tal dispersão provocada por mão de homens...
Mas talvez isso também reflicta aquilo que o Senhor deixou escrito:
"«Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado!...Julgais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não, Eu vo-lo digo, mas antes a divisão." Lucas 12,49;51.
Este fogo,segundo o entendo,é o fogo do Espírito...
Quem o recebe não deve ter medo de o perder ou de o fazer diminui se o partilhar com os outros...
Na sua expressão ....abrir pelo menos uns buraquinhos na bolha rs
Também entendo o texto na tua interpretação, Maria... mas é tão difícil assimilarmos isso que, mais de 16 séculos volvidos, ainda temos dúvidas e receios sobre essa partilha.
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