
O passeio no jardim
A Palavra de Deus
«junto ao local onde Jesus tinha sido crucificado, havia um jardim, e nesse jardim, um túmulo novo em que ainda não tinham metido ninguém. Como o Sábado dos Judeus ia começar, e como esse túmulo estava próximo, foi lá que depuseram Jesus» Evangelho segundo João, capítulo 19, Versículos 41 e 42.
A meditação
Triste passeio no jardim, o regresso à terra primordial donde o homem foi modelado ao sexto dia. Espantosa delicadeza, diante do acontecimento tão comum de estar morto, a descoberta de um túmulo novo. A combinação do novo e do velho convém portanto bem a Jesus. Estando morto, ele deixa-se depositar; colocam-no lá à pressa. Ele junta-se a todo o homem cuja caminhada terminou, cuja vitalidade findou. Mas todas estão prometidos à morte ou na sua posse. É a mais radical universalidade da nossa condição.
Contra o pano de fundo de uma tal identificação de Jesus a toda a gente no seu último desnudamento, brilham no entanto algumas centelhas de esperança. A esperança judia não é totalmente atingida: ela manifesta-se pelas primeiras luzes do sábado, tímidas mas obstinadas. À universalidade da morte responde então, inextinguível, a esperança ancestral da salvação. Este Jesus morto, não foi ele à beira dos nossos mortos para lhes anunciar o que acontecerá na madrugada do terceiro dia , no jardim onde tudo tinha começado?
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