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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Retiro na cidade-10 de Abril



A nossa esperança diante da cruz


A Palavra de Deus

«Meu Deus, meu Deus porque me abandonaste?»
Evangelho segundo S. Marcos, cap.15, Vers. 34


A meditação

Jesus identificou-se com os filhos de Israel ao ponto de assumir os seus sentimentos de abandono. Ele reconheceu-se em todos os homens desamparados para que cada um tivesse uma oportunidade de voltar, pela graça, de se reconhecer nele. Todo o homem provado é relacionado com o destino de Jesus, pois o silêncio de Deus na Cruz é acompanhado por um vasto movimento de abandono pelos homens: os discípulos sem coragem, as autoridades religiosas e civis. Estas retiradas recortam o que vive um homem traído, mesmo que ele não invoque Deus. Na paixão de Jesus convergem também as nossas próprias provas, para que reconheçamos que ele leva os nossos sofrimentos com o poder de os converter.

No entanto, o grito de abandono não diz respeito apenas aos abandonados, mas também aos actores das experiências mortíferas da solidão forçada. Tanto os carrascos como as víctimas são convidados a reconhecer em Jesus amarfanhado o seu salvador. A declaração do centurião é reveladora: «Este homem é verdadeiramente o filho de Deus». Sem possuir as chaves judias da identidade de Cristo, ele reconhece nele um verdadeiro filho de Deus. Em casa de Marcos, a sua declaração é mesmo a única resposta humana à revelação inicial do Pai no Baptismo: «Tu és o meu Filho bem-amado» Este Romano pertence ao circulo dos opressores; ele no entanto volta-se com o grito de Jesus. A identificação de Jesus com o abandonado tem o poder de interpelar e de converter até os autores da violência feita aos abandonados. Tal é a nossa esperança diante da cruz

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