
Algumas razões para trair
A Palavra de Deus
«Jesus disse a Pedro : « Darás a tua vida por mim ? »»
Evangelho segundo S. João, cap 13, vers,38.
A meditação
Da traição de Judas ao renegação de Judas, Jesus enfrenta decepções amargas. Como atesta o evangelho, ele antecipa o fracasso dos seus amigos. Muitos sabem, por experiência que é doloroso e humilhante de ser traído ou abandonado por um parente, um amigo, cônjuge. Cristo não era um doce e ingénuo sonhador; ele veio para salvar os que estavam em vias de se perder e encontra-se ele mesmo atingido de pleno chicote pelo drama da fragilidade e da inconstância humanas. Ele acaba de entrar num lugar exacto onde homens e mulheres são traídos, nas situações em que a sua confiança é violada e espezinhada.
Judas tinha sem dúvida algumas justificações: Jesus deixara passar as ocasiões de corrigir a situação; ele não lutava de uma forma suficientemente feroz; talvez Judas pudesse ele mesmo, entregando-o, forçasse Jesus a revelar a sua verdadeira autoridade…e senão, a queda seria merecida. Podemos sempre encontrar algumas razões para trairmos. Seria preferível, no entanto, como o Pedro, pecar por presunção e temeridade. Qual é, então, a diferença decisiva entre a traição de Judas e a renegação de Pedro? Ela não deve de ser procurada nem a montante nem a jusante: Pedro chora amargamente a sua fraqueza; ele aceita a vergonha da sua ausência aos pés da cruz e ela não o impede de correr ao túmulo com o discípulo amado. Tudo isso preparou Pedro para receber o perdão de Cristo confessando o seu amor titubeante.

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