
Gandhi, D. Óscar Romero e D. Pierre de Claverie
A não-violência é eficaz?
A Palavra de Deus
«que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento, 27nem deis espaço algum ao diabo.» Carta de S. Paulo aos Efésios, 4. 26-27 (Bíblia dos Capuchinhos)
A meditação
Na Bíblia , a cólera, «fecha as entranhas» e neutraliza toda a ternura. Há mesmo um salmo, o salmo 37, inteiramente consagrado a superar a cólera para atingir a não-violência. Mas podemos, nós, esperar a não-violência? É ela um acordo tácito com todas as injustiças e com todas as violências do mundo? O próprio São Paulo continua a falar da «cólera de Deus contra toda a injustiça dos homens».
Jesus praticou a não-violência: esbofeteado pelo servidor do Sumo Sacerdote, ele não respondeu nem com uma contra-violência, nem com consentimento passivo. Ele transfere o conflito fazendo-o passar do aproveitamento da força ao debate sobre o bem e o mal «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas, se falei bem, porque me bates?» (Evangelho segundo S. João 18, 23. Bíblia dos Capuchinhos)
A força da não-violência é a força da palavra. Gandhi demonstrou-o. Mas é necessário saber também que uma palavra forte pode custar muito caro. Bispos como Óscar Romero ou Pierre Claverie experimentaram isso, mas as suas palavras não se perderam. São como sementes metidas na terra.
1 comentário:
Infundi, Senhor, em nós o Vosso Espírito, para que possamos encontrar a palavra justa, que rompe o silêncio cúmplice e gela o insulto fácil...
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