*** Sanctus...Sanctus...Sanctus *** E é importante apoiar-se numa comunidade ,mesmo que seja virtual,porque entre aqueles e aquelas que a compõem,encontram-se os que estão nos tempos em que o dia vai ganhando, pouco a pouco, à noite. Irm.Silencio

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

ultimando a felix culpa


No entanto diz o Padre António Vieira sobre a vinda de Jesus ao nosso trânsito humano :

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É celebérrima questão entre os teólogos, no caso em que Adão não pecasse, se havia de encarnar Deus? Santo Tomás e a sua escola dizem que não. Scoto, com a sua, afirma que sim. Distingo e concordo ambas as opiniões. Porque Adão pecou, encarnou Deus em carne passível, porque era mais proporcionado à culpa, e mais conveniente à satisfação o padecer e morrer. Porém, se Adão não pecara, havia de encarnar contudo Deus, mas em carne impassível, porque onde não havia culpa, não era necessária a pena, e fazia-se homem no tal caso, não para satisfação do nosso pecado, senão para satisfação do seu amor. Não é esta distinção minha, senão do mesmo Concílio Niceno: Qui propter nos homines, et propter nostram salutem incarnatus est: Encarnou Deus por amor de nós e por amor de nossa saúde. - Onde se vê claramente que o mistério da Encarnação teve dois motivos distintos: um motivo o remédio, e outro motivo o amor, mas o amor primeiro que o remédio. De sorte que, se o remédio não fora necessário, pelo motivo só do amor dos homens havia de encarnar Deus, porque esse foi o primeiro motivo, e o primário: Qui propter nos homines. Íeis visitar um amigo, soubestes no caminho que estava ferido, e visitastes-lo como amigo e como ferido, mas com tal pressuposto, que, se não estivera ferido, só por amigo o havíeis de visitar, que este foi o vosso primeiro intento.  "

No primeiro sermão do mandato

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Assim parafraseando Santa Teresa digo em sentido inverso: mesmo que não tivessemos pecado Ele nos teria amado,mesmo sem culpa encarnaria por nós,porque a salvação pelo o  AMOR abrange mais que o próprio paraíso.

2 comentários:

ladoalado disse...

Muito interessante este texto. Fiquei a saber que esta questão que se me punha há tantos anos já é mais antiga do que a minha ignorância e que a resposta que eu encontrava (de mim para mim) era semelhante à de São Tomás...mas a conciliação das duas razões faz pensar...

Anónimo disse...

tenho seguido o trajecto desta partilha... arrepia-me só de ler o título... embora perceba o contexto...
Pobre do Pai ou do filho que tenha que usar a culpa para consolidar ou provar o amor um pelo outro...!
Mas..seguindo... palavras são palavras...