
Escuto
Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou Deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
Sophia de Mello Breyner Andresen - Geografia, 1967
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Silêncios povoados de palavras...ler e escutar tanto a Palavra,que ela depois ressoe habitando os silêncios,fazendo sentir que se é "olhado,amado e conhecido".
1 comentário:
...e sentir, já sem palavras nossas, a Presença que mesmo sem palavras fala...
Gosto muito deste poema...
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