Mais um ano de luta!...

Ficam para trás as férias… Mais um ano de luta se avizinha pela frente.

Luta para os estudantes e professores, luta para os trabalhadores e empresários, luta para os desempregados, luta para as famílias, luta para os políticos… Enfim!...

Os estudantes lutam por uma carreira, qualquer que seja, que por enquanto apenas se mostra risonha na cor-de-rosa dos seus sonhos. Vão debater-se com novas tecnologias interactivas, com computadores portáteis (para provarem que a Terra é redonda…), com novos manuais e materiais… Qualquer dia nem precisam de professor, tal é a cornucópia de facilidades em que os nossos governantes se desfazem para oferecer aos alunos.

Os professores, vão empreender mais um período de adaptação a tudo o que os cerca, e tentar encontrar um modelo comum de contornar a indisciplina e o braço de ferro do Ministério. E vão continuar a protestar (menos os milhares que não foram colocados… Só protesta quem tem voz).

Os trabalhadores, com vistas para horizontes de penumbra, receiam o encerramento das suas empresas, e não vêem saída para novas alternativas.

Os empresários, apreensivos perante a concorrência dos que, do outro lado do mundo, praticam salários de miséria e esticam os horários de trabalho, não podendo competir com iguais níveis de preço dos produtos oferecidos.

Os desempregados, divididos em dois grupos, vão continuar divididos: os que querem trabalhar, e os que têm horror ao trabalho. Os primeiros, são os que mais sofrem e mais vão continuar a sofrer: pela falta de trabalho real; pela idade já avançada e rejeitada pelas poucas oportunidades; pela concorrência dos estrangeiros, que se apegam a qualquer coisa… que a muitos dos nossos não serve. Os segundos, os que não querem trabalhar, vão sofrer, porque lutam por subsídios, e estes, mais dia menos dia, tendem a acabar (Antigamente, o «fundo de desemprego» era para financiar trabalho; hoje, há subsídios para financiar a ociosidade. E isto vai durar sempre?).

As famílias, com a subida das taxas de juro, dos preços dos combustíveis (que inflacionam a inflação), e as facilidades concedidas pela nova lei do divórcio, estão em perigo crescente de desagregação (as que ainda, tradicionalmente, se constituem), e de consequente extinção. E sem família… a Sociedade vais transformar-se numa Selva; o Homem vai perder a razão e o fundamento da sua humanidade.

Ah!, os Políticos. Também aqui há duas espécies: os que, não precisando de o ser, o são, por altruísmo ou ideal, para servir a Comunidade; e os que, não sendo ou não sabendo ser outra coisa, precisam de o ser para sobreviver… à custa da Comunidade. Os segundos, adaptam-se a qualquer circunstância, não estão habituados a sofrer; não sabem mesmo o que é o sofrimento… Comprazem-se em fazer sofrer os outros. Quanto aos primeiros, são dignos de louvor, e neles reside a esperança do Mundo. Mas são estes que vão sofrer, neste novo ano de luta, e muito, enquanto houver, dos primeiros, aqueles que, como os gatos, têm sete fôlegos, ou sete vidas (políticas), para lhes fazer a vida negra.

E nós?!...

Vamos baixar os braços?…

Temos de continuar a lutar. A lutar pela Vida, pela Justiça, pela Verdade, pela Solidariedade, pela Paz, pelo Amor... - para que o Mundo se torne mais acolhedor e mais humano. Enquanto o Criador nos deixar… Ou enquanto o Homem (que continua a sofrer a tentação bíblica - «sereis como deuses»), lá nas profundezas de Genebra, não fizer saltar, da cartola das suas experiências de física quântica, um «Buraco Negro» que engula este planeta em que viajamos na Via Láctea, e nos projecte para as infinitudes escuras do desconhecido, da anti-matéria… ou do nada!... Fique-nos, porém, a consolação de que, aconteça o que acontecer, a Alma – por ser de «outra dimensão» - é eterna!