Os que amam o ruído que fazem são impacientes com o resto. Desafiam constantemente o silêncio das florestas, das montanhas e do mar. Passeiam com suas máquinas pela floresta silenciosa, em todas as direcções, cheios de medo de que um mundo calmo os acuse de vazios. A pressa da sua velocidade, a pretexto de um fim, simula ignorar a tranquilidade da natureza. O avião ruidoso, por sua trajectória, por seu estrondo, por sua força aparente, por um momento parece negar a realidade das nuvens e do céu. Vai-se o avião, fica o silêncio do céu. Afasta-se ele, a tranquilidade das nuvens permanece. O silêncio do mundo é que é real. O nosso barulho, os nossos negócios, os nosso planos e todas as nossas fátuas explicações sobre o nosso barulho, negócios e planos, tudo isso é ilusão.” E, logo de seguida me vem à memória aquele velho ditado “Faz mais barulho uma árvore a cair do que a floresta inteira a crescer".
Thomas Merton
Thomas Merton
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