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segunda-feira, 16 de abril de 2012

... do barro em nós...!

As primaveras sucedem-se apressadas umas às outras e os outonos vão cedendo o seu espaço aos invernos longos da vida….

E aquilo que resta da caminhada da vida vai sendo reduzido apenas a poeiras barrentas nas sequias cada vez mais constantes desses verões quentes e abrasadores em que se tornou a existência da humanidade que deixou há muito de ser barro húmido e maleável para agora existir apenas como solo duro e seco… onde as mãos do Oleiro já nada “podem” no livre arbítrio ali plasmado pela liberdade ofertada…!

Ai Senhor… ai meu amado Mestre e Senhor… ai se o “barro” soubesse e quisesse acolher essa Água da Vida, essa íntima frescura santa que jorra nos sacrários do AMOR… a única que lhe tornaria moldável o coração nas tuas mãos de Oleiro Divino…

Mas ainda o medo das perdas… ainda muitos medos a afastarem-nos das Tuas mãos … e os vasos a quebrarem-se infinitamente nas humanidades que nos revestem…

Quando vamos descobrir-perceber que jamais estaremos preparados para ganhar se nunca aprendemos a saber perder…!

Certamente que existem e acontecem no caminho normal da vida muitas perdas… a visão... a saúde.. as forças… os que partem… mas o vaso que se deixa moldar na Graça e se enche de Esperança só necessita de adaptar-se à vida que surge… às condições que agora o abraçam e viver até ao fim da sua fornada da existência de rosto erguido… mantendo o olhar no horizonte da Fé…

...esse barro que se prepara para a moldagem sabe no mais intimo do seu coração que todas as perdas são ganhos no caminho do Pai… e que cada perda significa um primeiro passo de um bem muito maior nos fornos da Graça do Pai...

“Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos…” (Rom 6,8)

Porquê... porquê ainda tantas fugas e temores se o que está a acontecer nas nossas vidas é apenas um tempo de mudanças… como a árvore que perde as folhas… como uma ave que perde as penas… como a terra que se deixa revolver para que o outro lado da sua face se exponha finalmente à luz…

"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize..." João 14,27

3 comentários:

Maria-Portugal disse...

Ninguém pode recusar a felicidade definitivamente...assim não há barro seco para sempre...o sangue e a água de Cristo lhe hão-de devolver frescura,nem que seja na 11ª hora.

Maria-Portugal disse...

"Nós somos sem inteligência e lentos a crer" como Jesus nos disse...a misericórdia do Pai vem ao nosso encontro.

vp disse...

O “problema” até nem são os “vasos pródigos”, para esses existem ainda braços e mãos para os abraçar e moldar novamente….

… o “problema” são os “vasos mais velhos” e mais usados na mesa da comunhão… bem ao estilo do irmão mais velho do Filho pródigo…

“E saindo o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas.”
Lucas 15,29-31


Esses “vasos mais velhos” estão tão habituados à rotina das mesas fartas da graça que já nem se dão conta do tesouro que contêm e ao que são chamados a ser na casa do Pai tornando-se assim em algo como vasos de porcelana que ao partirem-se já não têm mais concerto…

… enquanto o outro, o “barro pródigo” pode ainda ser novamente “triturado” e misturado com outro barro igual para voltar a ser amassado… e moldado…

Mas confiemos... pois como diz.. “nem que seja na 11ª hora”… o que importa é que ainda há espaço para voltar atrás como o vaso pródigo….

Santa noite… a caminho do repouso…